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Seguro e as suas quinze medidas para alterar o rumo do país.

António Jose Seguro, veio hoje relativamente atrasado, exercer o contraditório ou seja comentar em jeito de toma lá da cá, a comunicação de ontem do primeiro-ministro.
O homem veio com umas medidas que muito me agradaria ver um primeiro-ministro a implementá-las, a minha dúvida é se diz isto na oposição e depois faz diferente no governo. Já temos a amostra dessa atitude nesta governação de Passos Coelho, mas primeiro-ministro mentiroso só Sócrates, aos olhos de muita gente que se recusa a ver as aldrabices desta gente que nos governa.
Dizem que hoje já não falou de eleições, também era melhor que falasse, já não vale a pena por agora. Eu acho que falou na tentativa de levar o governo a demitir-se perante a decisão do TC, foi carregando até na nota com a moção de censura, mas esta gente gosta do poder e não o largará de livre vontade, já se viu. Vamos de mal a pior mas não se dão conta disso e não mostram sinais de querer sequer mudar de caminho. Seremos bons alunos e fieis seguidores das ordens da Troika, mas cada dia agravamos mais a situação até ao debacle final. Depois veremos como a Troika e os credores/mercados olharão para nós.
Lembrou e bem que se no orçamento do ano passado a derrapagem foi três vezes maior que aquilo que este chumbo do TC implica e não alterou as coisas nem nos aproximou do segundo resgate, inevitável desde 2011, não se entende como agora algo abaixo dos 1000M€, já corrigidos os efeitos do aumento da receita gerado por estas reposições pela via da tributação em IRS e descontos para a Segurança Social, poderá fazer tanta mossa.
Diz ainda o inseguro Seguro o seguinte:
«Temos uma alternativa assente em dois pilares: renegociar as condições do ajustamento e criação de uma agenda para o emprego e recuperação da economia»,
Veja aqui as 15 medidas de Seguro
Pois bem vamos juntar aqui um texto que escrevemos em outubro e novembro e que curiosamente tem algumas destas medidas bem vincadas, outras das minhas ideias estarão a milhas ou anos-luz mesmo do que algum politico cinzento e alinhado será capaz sequer de imaginar. Talvez por isso eu ter vergonha de até hoje publicar este texto neste blogue.
Pois cá vai o meu ligeiro e atrevido ensaio do que deveríamos fazer:

DESGRAÇA (crise) E COMO TENTAR SAIR DELA
Estamos perante uma situação no nosso país, como talvez nunca tenhamos estado, se não vejamos:

Desemprego em valores nunca igualados desde que há elementos estatísticos.

Divida soberana a aumentar descontroladamente.

Poder de compra das populações caindo a níveis de há mais
de 30 anos atras.

PIB a cair por três anos seguidos (2011;2012;2013) e com possibilidade de continuar por mais anos.

Tecido económico a desmoronar-se, falências de empresas aos milhares por ano, desde 2010.

Aumento do incumprimento junto da banca por parte dos devedores, tal tem como causa a perda drástica de rendimentos dos cidadãos e a insustentabilidade das empresas.

Entrega aos bancos de milhares de imoveis para pagamento das dívidas. Desvalorizando assim o mercado imobiliário de tal forma que muitos imoveis já não se venderão de forma a pagar os créditos. Atirando os devedores à banca para o incumprimento e para a impossibilidade de negociar de forma capaz.

Crescimento exponencial dos litígios em tribunal para cobrança de dívidas.

Degradação da situação social, com descontentamento generalizado das populações em relação à governação.

Brutal aumento da carga fiscal, podendo até já ter ultrapassado o sustentável para a sociedade.

Aparecimento de casos de pobreza extrema e mesmo fome.

Emigração massiva de jovens licenciados e trabalhadores em geral, com maior número dos primeiros. Em média 1% da população por ano nos últimos três anos e é para continuar a tendência.

Total ausência de esperança de correção da situação, em tempo útil, do ponto de vista dos cidadãos.

Envelhecimento acelerado da população por falta de nascimentos e por emigração dos jovens. Esta dinâmica demográfica atirará a segurança social para a insustentabilidade.

Conclusão: Seria quase impensável, sem estado de guerra, atingir estes patamares de perda generalizada dos cidadãos, a crise é quase generalizada, apenas deixando de fora alguns privilegiados que acumularam riqueza e são detentores de modelos de negócio quase monopolizados ou cartelizados (banca; combustíveis; energia; telecomunicações, distribuição e mais alguns). Estes, mesmo em tempos de grande míngua, continuam a aumentar as suas riquezas e fortunas e garantindo reformas multimilionárias na velhice e salários pornográficos para os seus altos quadros, emagrecendo assim a liquidez na sociedade, limitando a capacidade de a classe media ter condições mínimas de vida e atirando os mais pobres para a verdadeira miséria e para a indignidade para sobreviver.

Agora forma de sair desta situação:
Para combater “inimigos” tão fortes como a finança, a especulação e a concentração de riqueza, temos de tomar medidas que impeçam este continuar de caminho, que nos levará não sabemos bem onde, mas a bom porto não será certamente.
Perante isto as medidas a adotar seriam:

Medidas Internas

Escolher livremente governantes corajosos e que já se viu não poderem ser do chamado centrão. Como tal ter-se-á de apontar à esquerda mais radical e democrática. Dando ao BE e à CDU juntos, votos suficientes, para que juntos possam proporcionar uma maioria com o PS e possam quase obrigar a uma coligação com ambos.

Estes novos governantes, aprovarem legislação que impeça ou tribute fortemente a deslocalização do capital e das empresas, bem como regimes comportamentais para a gestão das empresas com lucros líquidos acima dos 20 M€/ano.

Nacionalizar temporariamente (Previsivelmente 5 anos) a banca, já que por causa do grande volume de divida pública à banca privada os constrangimentos/pressão sobre a governação são enormes. Reprivatizando novamente quando a situação económica se voltar a equilibrar, o crescimento seja acima de 2% ao ano e a divida publica abaixo de 80% do PIB. Compensando os anteriores acionistas por alguma perda de património que pudesse existir nessa transação.

Temporariamente, até as contas estarem equilibradas, nacionalizar 75% dos lucros das empresas privadas que tenham acima dos tais 20M€/ano de lucros líquidos. Claro está, devolvendo depois esses valores quando houver condição económica por parte do estado, sob a forma de isenções ou benefícios fiscais. Nestes casos as gerências/administrações teriam de ser obrigadas a manter os lucros em linha com a média dos últimos 5 anos, criminalizando os desvios sem justificadas e entendíveis razões económicas.

Capitalizar as empresas que tenham projetos viáveis e necessários ao baixar a nossa dependência externa de bens essenciais. Aligeirando as condições de acesso ao crédito e aos programas comunitários de apoio através de um banco de fomento ou adequando uma estrutura na CGD.

Devolver rapidamente o poder de compra aos cidadãos, aumentando salários e reformas, salario mínimo para 750€ e pensão mínima para 500€. Dividir os grupos remuneratórios em apenas 5 com um teto máximo de 3.750€ e os outros entre este e o mínimo com diferenças de 750€, ou seja os patamares eram multiplicadores do salario mínimo. As pensões máximas limitadas a 2250€.

Criar para os desempregados, sem subsídio de desemprego indexado aos descontos, um rendimento mínimo garantido igual à pensão mínima, por não dependente, incluindo os capacitados em equipas de trabalho publico, juntas de freguesia, camaras municipais e IPSS. Dando sentido de trabalho e emprego ao que fazem e não o de punição por receberem um misero apoio que em alguns casos nem chega a 200€. O subsídio de desemprego não seria nunca mais de 12 meses passando depois as pessoas para o RSI.

Criar empresas públicas que absorvam os desempregados. Empresas na área da produção de bens alimentares/agricultura e tratamento da área florestal. Sob a forma de cooperativas e geridas sob contabilidade pública. Estas empresas pagariam o salário mínimo a quem recebe até esse valor de subsídio de desemprego e pagariam aos outros o equivalente ao subsídio de desemprego que recebiam quando desempregados. Deverão essas cooperativas suportar as despesas com deslocação e pagar subsídio de almoço aos funcionários.

As empresas com faturação abaixo de 1M€/ano seriam isentas de pagamento de IRC desde que aumentassem os seus quadros de pessoal em 10% ao ano, todas as outras pagariam 30% de IRC. A Contribuição para a segurança social das primeiras seria de 15% e de todas as outras 25% sem direito a beneficiar de nenhum regime de exceção ou beneficio

Todas as empresas seriam obrigadas a respeitar um rácio Vendas/Funcionários, em função do seu setor de atividade por forma a evitar as subcontratações.

Os empregados e beneficiários de pensões e subsídios pagarão de contribuição para a segurança social de 10% sobre o rendimento bruto, a descontar no referido pagamento.

Os rendimentos sobre o trabalho seriam taxados em sede de IRS a uma taxa indexada ao escalão de vencimento começaria em 10% e aumentaria 5% por escalão (10;15;20;25;30), todos os outros rendimentos provenientes de mais- valias financeiras, seriam taxados em sede de IRS a uma taxa de 50%. As transferências financeiras para o estrangeiro seriam taxadas a 40% do capital transferido a pagar pelo banco na altura da transação. Os rendimentos provenientes de arrendamentos para habitação e para usos profissionais seriam tributados em sede de IRS autonomamente a 15% do rendimento auferido.

Todos os impostos sobre o consumo e aquisição de bens desapareceriam, ficando apenas o IVA e teria 5 escalões (0%; 10%; 20%; 30%; 55%) para bens de 1ª necessidade de origem nacional, para os bens de IVA reduzido e transações de património, para os bens comuns, para artigos de luxo e para absorver o ISP. O IVA é um imposto muito democrático, quem compra mais caro paga mais. Os automóveis e equivalentes pagariam IVA a 30% deixando de haver IA. Deveriam os bens ser enquadrados numa lista de taxação de IVA, de acordo com os escalões previstos.

Medidas externas

Listar os credores, apurando exatamente os valores de cada um.

Negociar um segundo resgate que permita só ficar com divida junto destes três credores da Troika, com juros abaixo de 3% e prazo de 30 a 40 anos para amortizar a divida. Não sendo possível obter financiamento junto deles, negociá-lo diretamente com estados com economias emergentes e excedentárias, nas condições atrás enunciadas.

Promover a diminuição do número de credores, consolidando a divida e negociando-a com um número menor de financiadores.

Tentar promover um bloco composto pelos países que revelam as mesmas fragilidades económicas que Portugal para assim fazerem uma frente de negociação nas instituições europeias. Ao invés de andar-mos a buscar diferenças de comportamentos dos cidadãos. Com isso forçar a ter politicas mais amigas do euro e das economias mais frágeis e sujeitas à especulação.
Dinis Jesus (14-11-2012)

Para concluir digo que hoje achei que o inseguro Seguro esteve bem, contrariamente aqueles que dizem que devia falar ontem eu acho que fez bem em reunir a direção do PS e afinar a resposta, a pressa neste caso não sei o que adiantaria. Sócrates falou primeiro, que mal tem isso? Falaram quase a mesma coisa só que Seguro apresentou as tais medidas que alguns pseudocomentadores reclamavam, refiro-me a Jose Gomes Ferreira e Henrique Monteiro na SIC notícias.
ACHAMOS ASSIM QUE ESTEVE BEM O LIDER DO PS, AGORA SÓ GOSTARIAMOS MESMO QUE A CORAGEM QUE TEM DEMONSTRADO NO PEDIR A DEMISSÃO DO GOVERNO E ELEIÇÕES SE NÃO DESVANEÇA.
GOSTARIAMOS TAMBÉM QUE A APROXIMAÇÃO AOS PARTIDOS MAIS À ESQUERDA SEJA TENTADA COM MAIS ATITUDE, OBRIGANDO-OS A DEFINIÇÕES CLARAS SOBRE SE ESTÃO DISPOSTOS A AJUDAR OU SÓ QUEREM CONTESTAR.

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Passos e sua comunicação ao país.

Hoje, logo a um domingo, o nosso primeiro-ministro veio fazer uma comunicação ao país, em tom dramático, que apenas tinha como objetivos culpar o TC e fazer-se de vítima neste processo.
Não nos vamos alongar muito na conversa, pois achamos que nem vale a pena, de tal forma já é bem conhecido este discurso. Não trouxe nada de novo, aliás nem poderia trazer, que não seja a tentativa de justificação para mais um desvio colossal nas contas.
Perante os constantes falhanços do governo, o que nos diz este primeiro-ministro? Diz que este é o caminho e que teremos de continuar na linha do que até fizemos para não atirar fora todos os sacrifícios já feitos. Complementa ainda dizendo que agora, por culpa do TC teremos de ser sujeitos a mais cortes na despesa do estado, como tal a saúde, a educação e as prestações sociais vão ter de sofrer cortes. Mas isto não era o que já vêm dizendo há muitos meses, não seria isto que se pretendia com o corte dos tais 4MM€ na despesa do estado.
Não sabemos o que pensam estes senhores do governo, mas sabemos que não aprenderam a lição. Com mais cortes, mais receção, com mais receção mais desemprego, com mais desemprego, mais custos para o estado e menos receita, mais empresas a falir por baixar o consumo interno. Terão ouvido a expressão do presidente da república quando falou da espiral recessiva? Terá ele próprio entendido o que queria dizer com ela? Se entendeu não parece ao dizer que este governo tem de continuar a governar para cumprir os compromissos internacionais. Ainda que morramos todos aqui na lusa pátria, importante é cumprir os compromissos externos. Os do estado com os portugueses serão importantes? Entrarão nas cogitações desta gente?
O que será preciso para o presidente da república perceber que este governo não representa a vontade dos eleitores? O que será preciso para governantes e presidente, perceberem que este caminho nos deixará piores quanto mais tempo continuar a ser trilhado? Todos os indicadores apontam para isso, veremos a execução orçamental do 1º trimestre, chamo a atenção para que nela, a decisão do TC não tem influencia ainda, pois foi executada de acordo com o orçamento aprovado para 2013.
Veremos agora no final desta semana o que vai sair da tal reunião para discussão das maturidades dos empréstimos, mas não sairá nada de muito significativo e que altere o rumo que estamos a levar. Se não alterar-mos as políticas, no final do ano estaremos muito pior que hoje. Este caminho está a ser seguido há 4 anos com os resultados que se conhecem, mas o pior de tudo é que os enormes sacrifícios e desgraças a que estamos a ser sujeitos, não corrigiram em nada os problemas que levaram ao resgate. Todos estão piores, o deficit não baixa, a divida aumenta a um ritmo assustador, o PIB cai por três anos consecutivos, e a capacidade produtiva do país está a ser bastante abalada pela razia económica e social a que estamos a ser sujeitos. Quando muito ficaremos com mais tempo para pagar uma parte da divida, cerca de 30% e a que tem os juros mais baixos, mas não muda a quantidade em dívida e obrigar-nos-á a mais anos de pagamento de juros.
Só teremos um caminho para sair disto em que nos metemos, será colocar a economia a crescer acima dos 3% ao ano. Para isso este caminho de castigo e de ser bom aluno, tem de ser invertido. Deveremos renegociar toda a divida, como tal um segundo resgate pode nem ser mau, e organizar uma estratégia que permita crescer e baixar rapidamente o desemprego. Ninguém será capaz de pagar as suas dívidas se cada dia faturar menos e ao mesmo tempo tiver mais custos, como é o caso. A despesa cresce acima do que estava previsto pelo governo e a receita está abaixo do também previsto. Se a isso se somar cada dia mais desempregados e mais falências, não vislumbra-mos como possa ser possível corrigir a situação continuando neste rumo de cortes em cima de cortes e austeridade em cima de austeridade.
Creio só haver uma solução possível, renegociar a totalidade da divida para 30 ou 40 anos e com uns juros “cristãos”, algo indexado ao crescimento ou às exportações, mas nunca mais que 2,5% ou 3%. A haver um novo plano de resgate, será bom que permita este tal alargamento, as metas de diminuição do deficit não poderão ser mais duras que 1% até aos 5% de deficit e daí para baixo não deverão ser mais que 0,5% ao ano para que se faça o ajustamento sem colapsos sociais e sem destruição do tecido económico, se é que ainda será possível recuperá-lo depois de tamanha destruição a que foi sujeito.
PODIA TER DADO UMA BOA NOTICIA AOS PORTUGUESES O SR. PM, MAS NÃO QUIS E NÃO SE DEMITIU. TAL ATITUDE É QUE SERIA UM BOM SERVIÇO PRESTADO AO PAÍS, NINGUEM OS CONSIDERARIA TRAIDORES, PARECE QUE ALGUNS MEMBROS DO GOVERNO ESTAVAM COM MEDO DE SEREM ASSIM ENTENDIDOS.
EU, POR MIM NEM NUNCA APELARIA À SUA CONDENAÇÃO PELOS DANOS QUE CAUSARAM E PELO AUMENTO DA DÍVIDA PÚBLICA, SE SAIREM PELO PRÓPRIO PÉ. A INCOMPETÊNCIA NÃO DEVE SER CONSIDERADA CRIME.

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O conselho de ministros, as dúvida dos ministros e a teimosia de Cavaco.

Hoje sábado, com mais atenção à imprensa falada e escrita, temos sido confrontados com um sem número de opiniões, sempre manifestadas na estreita obediência apenas a um princípio, o da cor política que se gosta mais.
O que queremos nós dizer com isto? Apenas uma simples coisa, grassa o desnorte e ninguém se entende. Parece que no governo há quem se queira ir embora, Gaspar, mas ao que parece teve de ir a Belém ser chamado à razão, ou melhor a uma certa razão, a de Cavaco Silva, que de todo não nos parece a mais adequada nesta altura.
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/04/06/vitor-gaspar-tera-demonstrado-a-intencao-de-sair-do-governo
Estão agora também a ouvir-se desabafos a verbalizar que estamos a parecer mais a Grécia que a Irlanda, ou melhor dito, que antes eramos associados à Irlanda e agora iremos ser à Grécia. Mas esta é uma constatação que qualquer pessoa mais atenta veria sem sequer ampliar muito a realidade. Nós só somos diferentes da Grécia numa simples coisa, o tempo de aplicação do plano de resgate, em todas as outras condições somos iguaizinhos ou piores.
Bom ao que parece o Presidente não quer eleições e o primeiro-ministro não quer largar o lugar, dizem que por causa da credibilidade junto dos credores e que na próxima semana se tem de renegociar as maturidades dos empréstimos. Bom mas esses empréstimos não são com a Troika? Eles não têm sido corresponsáveis deste descalabro económico? Então qual é o medo de lhe explicar que este caminho não serve e para isso podem ser estes ou outros governantes.
Já se viu que por parte das instituições não chegaremos lá, o governo teimosamente e irresponsavelmente não se demite, o presidente da república teima em dizer que o governo tem o esmagador apoio da assembleia da república, se olhasse bem, se calhar via que não tem, o CDS disfarça mas não apoia esta governação.
Desgraça das desgraças, o governo não tem plano B para este chumbo do TC e agora não sabe como sair daqui, o Gasparzinho parece que apenas continua preocupado com a credibilidade externa, será por isso que as contas lhe saem todas furadas, não lhes tem prestado a devida atenção.
Parece que aquela” verdade” do primeiro-ministro ao dizer a João Semedo, de forma canora e belicosa, nunca pensámos num segundo resgate e isso nunca foi sequer tema de análise governamental, se vai transformar numa “mentira” rapidamente. Ou pior talvez não e não tenham nunca pensado nisso da mesma forma que não tinham plano B para a declaração de inconstitucionalidade. Este é claramente o governo mais atabalhoado que alguma vez houve em Portugal, uso esta caracterização para o não chamar rotundamente de incompetente e incapaz. Nunca ninguém fez tão mal e destruiu tanto a nossa economia, nem mesmo Cavaco com o desmantelamento da agricultura e pescas.
Pelo meio ainda vou ouvindo uns lamentos “laranjas” sobre a decisão do TC e como ela será castigadora da estratégia deste governo e por essa via fazedora de mais austeridade sobre os pobres desgraçados dos portugueses. O culpado disto é em primeira análise o governo que só faz orçamentos inconstitucionais e em segundo plano o presidente da república porque devia ter evitado isto solicitando a fiscalização preventiva, foi para isso sobejamente alertado.
Escutámos também na “SIC noticias” os comentadores habituais Jose Gomes Ferreira e Henrique Monteiro a explicarem de uma forma inimaginável a atual situação. Como será possível imaginar que gente tão tendenciosa e convencida do seu saber, possa dar opinião sem fazer mau comentário?
Passo a explicar, saberão aquelas duas almas, quanto dinheiro falta vir da Troika? Saberão que por mês a divida crescerá mais que o valor que vai chegar desse plano de resgate, em termos médios mensais? Parece-nos que não, de outra forma não diriam que o dinheiro vai faltar para tudo, salários, pensões e que vai até bloquear a máquina do estado por não irmos ter esses valores. Nada mais falso, não acontecerá isso como o apresentam. Aliás nada nos garante que a próxima tranche de 2.800M€ seja desembolsada sem a apresentação do tal documento de análise orçamental que concluirá a 7ª avaliação. Se não vier entraremos em bancarrota? Claro que não, sem estratégia que inverta o caminho cairemos lá, mas ainda não é amanhã ou no proximo mês.
Dizem que temos de ter a aceitação da outra parte para renegociar, isso soa quase a “La Palice”, de tal forma é grande a descoberta. Claro que teremos de ter essa aceitação ou não será uma renegociação, mas poderemos forçar essa renegociação ou cair na bancarrota. Dizem que nos obrigarão a mais austeridade para aceitarem negociar, eu não entendo porquê. Será porque acham que merecemos esse castigo? Ou rejubilam com o nosso definhar e sofrer, esses tais papões da Troika?
Depois vamos alargar as maturidades no que respeita aos 78MM€ e o restante bolo que são 130MM€, alguém já se preocupou com esses? Esses é que contam, alguns com juros bem altos de quando estávamos debaixo da pressão especulatória antes do resgate. Esses é que devíamos renegociar e ainda não ouvi ninguém responsável a falar disso, só ouço falar de ir aos mercados como superior desiderato. Mas não foi a ir aos mercados que nos endividámos desta forma e chegámos à situação anterior ao resgate? O que nos garante que serão mais amigos os juros desses mercados?
No meu entender, deveríamos de imediato dar a conhecer aos credores da Troika que vamos necessitar de outro resgate e que precisaremos de muito mais tempo para a regularização das contas públicas, além de que precisamos de relançar a economia e fazer crescer o PIB, sob pena de nem outro resgate nos valer de nada que não sejam apenas sacrifício pelo sacrifício demonstrando assim uma humildade bacoca que não tem objetivo nenhum com utilidade.
Digam-me os leitores ou pensem só para vós, se isto que temos é ou não crise politica? Em que é que as eleições podem ser piores que isto? Em que é que aumentarão o descrédito da nação. Porque teimam alguns que não serão solução, pois eu acho que são, sairá delas uma convergência governativa à esquerda, como sugerida em tempos por Isabel Moreira, sim essa esquerdista filha do Adriano Moreira. Ouço com prazer que o PCP se mostra disponível para um governo de esquerda, hoje sem falar em pré-condições. De forma ufana finalmente, ouço o camarada Jerónimo disponibilizar-se para governar. Será com medo disso que alguns não querem eleições? Nesses estará o Cavaco?
Nestas condições politicas, de estado de sítio governativo, o governo como explicará mais um deslize nas contas, aquando da apresentação durante este mês, da análise da execução orçamental do primeiro trimestre? Resistirá nessa altura? Se tem de sair tarde, que saia antes cedo.

ERA MELHOR AMANHÃ APRESENTAREM A DEMISSÃO E DEIXAREM O POVO DECIDIR SOBERANAMENTE QUAL A SOLUÇÃO QUE QUER.
TERÃO MEDO QUE ESSA DECISÃO FAÇA AO PSD O QUE FEZ NA GRÉCIA AO PASOK? PARECE-ME QUE SIM.
HOJE OS PORTUGUESES ESTÃO MUITO MAIS ESCLARECIDOS E ENTENDERÃO MELHOR AS PROPOSTAS DOS CANDIDATOS.

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A inconstitucionalidade do OE e o futuro que aí vem.

Hoje tal como se esperava o TC declarou inconstitucionais 4 dos 9 pontos em análise nas contas do OE de 2013. Isto acrescentará ao já esperado deficit mais alguma coisa entre 0,8% e 1%, pois se nada for feito lá estaremos com o mesmo valor do ano passado e que será por volta dos 6,5%. Para quê tanto sacrifício?
Tal como temos vindo a dizer esta governação e estes entendimentos com os senhores da Troika não nos têm trazido nada de bom, como tal o caminho será fazer diferente, só os burros poderão insistir nesta desgraça.
Mas e agora? Como vai ser daqui em diante? Vou transcrever umas frases do Daniel Oliveira, com as quais eu concordo em absoluto, sobre as consequências do chumbo pelo TC, embora ele as tenha escrito antes de se conhecer a sentença. Digo até mais, não haverá anticomunismo primário que me faça mudar de opinião quanto ao acerto da ideia que lhes subjaz. Acresce ainda que até insuspeitas personalidades afetas ao CDS e ao PSD, têm vindo a defender o que eu defendo em termos de alteração de governo e como tal de rumo na governação, embora sem assumir as necessárias ruturas. Pois eu estou em completa sintonia com as ideias seguintes.
“Fazer cair este governo só poderia ser positivo. Porque pelo menos nos livrávamos da sua infinita estupidez e incompetência. Mas os principais debates estão por fazer. Para iniciar um novo ciclo económico e social não basta iniciar um novo ciclo político. Não basta fazer cair Passos Coelho. É preciso que todos sejam claros nas escolhas que querem fazer. Só assim as pessoas acreditarão que há, realmente, alternativas. E que a crise política provocada pela queda de um governo é o começo de qualquer coisa.”
(Daniel Oliveira in Expresso)
Também ouvimos, hoje já depois da decisão do TC, O conselheiro de estado Vitor Bento, Insuspeito de ser comunista, dizer que a Europa tem de mudar de rumo em relação ao destino que está a dar ao euro. Digo que foi absolutamente correta a analise que ele fez da situação, o que me admira é que existindo gente ilustre sabendo tão bem quais as causas e quais as consequências, aceite humildemente sem estrebuchar, o que uns senhores e senhora nos querem fazer passar. E não se explique isso ao presidente Cavaco Silva, quando se priva com ele de tão perto.
Citou até Sir Winston Leonard Spencer-Churchill, para explicar o método que a europa está a seguir até resolver o problema.
Dizia Vitor Bento:
“Churchill, numa das suas alocuções dizia perante o tardar da decisão norte americana em entrar na II guerra mundial: Os americanos vão ajudar-nos nesta guerra por uma simples razão, é a de que sempre fazem a coisa certa. Mas fazem-na apenas depois de ter experimentado todas as outras hipóteses”
( Vitor Bento in SIC noticias )
Ora nem mais nem menos, é o que está a fazer a UE em relação à construção de uma europa solidária e de uma moeda comum capaz e ajustada aos interesses de todos. Mas ainda há alguma esperança, que é a desta europa perceber rapidamente e aceitar que este caminho é errado e que levará até os fortes ao descalabro.
Porque pensamos nós que a queda deste governo seria uma coisa útil? Pela razão que temos de eleger um governo que antes de mais aceite que este caminho é errado, já percebemos todos que não é o caso do executivo liderado por Passos e Gaspar.
Qual é o caminho certo? Será o de tentar chamar a um grupo os países com situação semelhante à nossa e que para já serão a Irlanda, a Grécia, o Chipre, a Espanha, a Itália e Portugal, aproveitar também o pseudo-socialismo de Hollande e se possível integrá-lo neste grupo, para construir uma força que se oponha com dimensão aos arrogantes países do norte, com a Merkeliana Alemanha, a Finlândia e a Holanda. Se formos algo como 30 ou 40% da representação no Eurogrupo, havemos de conseguir influenciar.
Já se percebeu que este caminho europeu levará à ruina dos países periféricos e menos capazes economicamente. E o que deveria fazer a europa perguntarão? Uma simples atitude, os países neste momento em melhores condições económicas, estimularem o consumo em vez de promoverem a austeridade. Tal como Vitor Bento também dizia, essa contração e a austeridade aplicada nos periféricos alargará a tal espiral recessiva a toda a europa deixando de ser só coisa de periféricos.
Esse grupo de pressão deverá lutar por construir mecanismos que tornem a europa mais solidária e determinada em salvar o conjunto em vez de cada um salvar o seu quintal. Mutualizando a divida, obtendo um risco comum, ainda que percamos os mais frágeis economicamente, e temporariamente, uma parte dos fundos de coesão utilizando-os na criação de um fundo de reserva capaz de manter o risco europeu baixo. Claro que implementando a supervisão bancária comum e a harmonização fiscal.
Também aqui os mais à esquerda têm de admitir a perda de mais soberania, mas apenas neste pressuposto, o de mais igualdade no tratamento para todos os países, sem nacionalismos bacocos. Creio que serão necessários 10 anos para fazer o ajustamento, deveremos ajustar 0,5% ao ano até ter deficit 0% ou sermos excedentários. Precisaremos também de cerca de 30 anos para pagar a divida e com juros indexados ao crescimento, por exemplo 1% acima da taxa de crescimento anual.
NECESSITAMOS ASSIM QUE ESTE GOVERNO VÁ EMBORA URGENTEMENTE, QUE APROVEITE A DESCULPA DO CHUMBO DO O.E. PELO TC.
ENCONTREMOS UMA ALTERNATIVA, EM ELEIÇÕES, QUE MUDE RADICALMENTE DE CAMINHO E SEJA DURA NAS NEGOCIAÇÕES COM OS CREDORES. QUEM DEVE MUITO, SEMPRE TEM MUITA CAPACIDADE NEGOCIAL.

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Relvas, a sua demissão e o que ainda está para vir.

Hoje, tardiamente, o ministro Relvas demitiu-se. Estava traçado o seu destino há muito tempo, só não entendemos tanta insistência. Muitas dúvidas ficam no ar.
Terá sido por causa do relatório da universidade Lusófona? Será estratégia por causa do que vem aí amanhã na sentença do TC? Ser escolhida uma altura tão conturbada da vida política será por acaso? Porque guardou o ministro Crato o relatório por dois meses na sua gaveta? Alguém acredita que o primeiro-ministro não sabe o que está escrito no relatório? Isto é ou não crise política?
Todas as questões colocadas acima nos parecem muito legítimas e que assaltarão as cabeças dos cidadãos que ainda vão prestando alguma atenção aos assuntos da governação e aos seus casos políticos, sejam eles mais ou menos estranhos.
Pois nós temos algumas opiniões, fundamentadas em nada, que não seja a intuição e alguma experiência de vida, pois não temos acesso a nenhuma fonte privilegiada de informação.
Dizemos que ao facto de ser hoje pedida e aceite a demissão, achamos muito estranho ser na véspera da tomada de posição do TC vir ao conhecimento público e até nos parece uma tentativa de distrair os portugueses com manobras de baixa política. Sim, porque não poderá ser por causa de um relatório que já existe há dois meses e é do conhecimento do ministro Crato e será por certo do ex-ministro Relvas e será também com toda a certeza do primeiro-ministro. Parece que o tal relatório vai para a PGR, por solicitação do ministro Crato, que também já não sairá limpo deste processo. Porquê demorar dois meses a dar dele conhecimento? O primeiro-ministro o que pensará disto tudo? Porque segurou tanto tempo o ministro Relvas?
Hoje temos mais dúvidas que certezas e procuramos só por os leitores a refletir um pouco sobre os assuntos, sem se agarrarem ao que gostariam que fosse, talvez por gostarem mais ou menos da cor laranja.
Perante a aflição do primeiro-ministro em convocar um conselho de estado extraordinário para sábado, com a finalidade de analisar a decisão do TC, perante esta saída abrupta de Relvas, perante o esconder de um relatório por dois meses, a ser verdade o que a imprensa diz. Isto será ou não uma crise política? Será ou não falta de honestidade de alguns membros do governo, se não por não cumprir a lei, por serem moralmente e eticamente questionáveis.
Perante tal salganhada o que pensará e dirá o ocupante amorfo do palácio de Belém? Também será agora o momento de continuar a fazer a tal diplomacia calada? Estamos entregues a gente sem moral e nem vale a pena dizerem-se sérios e honestos, isso é claramente desmentido pela guarda do relatório e pelo silêncio conivente do ministro Crato e do primeiro-ministro.
NÃO VALE A PENA APELAR À PAZ POLITICA PARA MANTER ESTE GOVERNO, SÃO ELES GOVERNANTES, OS GERADORES DE INTABILIDADE.
POIS DEMITAM-SE JÁ NO SABADO E DEIXEM O POVO ESCOLHER DE NOVO QUEM QUER QUE CONDUZA O PAÍS NESTA TAREFA DIFICIL.
O PROFESSOR CAVACO, IRÁ FICAR CALADITO PERANTE TODAS ESTAS COISAS QUE SE ESTÃO A PASSAR? SERÁ ESTA UMA SITUAÇÃO QUE TRANSMITE A TAL CREDIBILIDADE PARA OS MERCADOS? SE ELES GOVERNO, NÃO SE DEMITIREM, TEM DE SER O PRESIDENTE A DISSOLVER A ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA, A TAL BOMBA ATÓMICA.

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Austeridade estúpida versus austeridade inteligente.

Hoje lemos um artigo de Augusto Mateus, a teorizar acerca da qualidade da austeridade. O tal ministro de Guterres que fez a lei Mateus e que permitiu, sem austeridade, aumentar a receita do estado, cobrando dívidas de uma forma sustentável.
Disse ele que este governo tem uma estratégia financeira mas não tem económica. Como se a primeira não viesse a soçobrar perante a falta da segunda. Nenhumas finanças resistem se a parte económica for deficitária.
http://expresso.sapo.pt/o-governo-nao-tem-nenhuma-estrategia-economica-augusto-mateus=f798006
Vamos hoje em dia escutando que existem dois tipos de austeridade, uma burra e outra inteligente ou mesmo separando-as em termos políticos, austeridade de esquerda ou de direita. Uma austeridade de esquerda é ao que parece uma invenção de Hollande.
Certas questões semânticas fazem-nos ficar com vontade de rir, mas não podemos pelo sério que é o assunto e a situação em que estamos. Esta gente brinca com coisas sérias e não é gente nada séria. A austeridade apenas serve para uma coisa, para empobrecer os povos, os países e a seu tempo toda a europa. Desenganem-se os que pensam que com este caminho se poderá pagar a divida, não vamos de todo ser capazes.
Para pagar a monstruosa dívida que temos, deveríamos crescer acima de 3% e estar a reduzir fortemente o desemprego, para com isso aumentar as receitas do estado e diminuir os custos com subsídios de desemprego na segurança social.
Será isto possível aplicando essa tal coisa de austeridade? Ao que parece não, pois nenhum país está melhor depois dela que antes dela, nem vale a pena vir com a Irlanda, também não está. Todos os outros são o que se sabe.
A pior de todas as coisas é que algumas empresas, beneficiárias líquidas de certas desgraças, mesmo em clima de austeridade aumentam os seus lucros ou mantêm os anteriores. Por estas empresas a crise não passa. Depois há outras que até apresentam prejuízos, mas que mais não são que o levar a imparidades de dividas em atraso ou revalorizações de ativos, que na pratica apenas lhes permitem não pagar impostos, sendo recuperados nos anos seguintes e até distribuindo dividendos aos acionistas.
Pois dizemos abertamente que não há austeridade inteligente, por vezes pode ser obrigatório cortar certas despesas, mas se com cortes cegos e a direito, apenas se consegue diminuir a receita do estado e o PIB, não entendemos como pode ser considerada inteligente.
Deveremos limitar ou mesmo extinguir o deficit, isso sem dúvida, mas deveria ser pelo lado do aumento da receita sem aumento de impostos. Ouço uns iluminados a dizer que temos de consolidar cortando na despesa 2/3 e apenas 1/3 com aumento de receita. Esta parece-nos ser uma das grandes barbaridades que os políticos têm dito.
Para diminuir a despesa do estado, precisamos de o fazer num período alargado de tempo, para que não haja choques violentos na economia. Pois consolidemos acabando com o deficit, aumentando a receita do estado sem castigar os portugueses. Como se faz isso? Aumentando a produção de bens de consumo interno e importando menos, produzindo mais e melhor com vista à exportação. Ainda que para as empresas serem competitivas se tenham de dar alguns benefícios fiscais.
Bem sabemos que isso não se faz a pedido, mas mantenhamos as condições de rendimento ou até melhoremo-las um pouco e demos condições a quem queira produzir os produtos que importamos mais.
Concordo que o crédito ao consumo tenha de ser restringido para bens importados, tais como carros e outros artigos de luxo provenientes do estrangeiro. Podemos aumentar a receita do estado sem sobrecarregar os portugueses com mais impostos ou mais desemprego. É uma questão de escolha das políticas.
FAÇA-SE A CONTENÇÃO DA DESPESA DO ESTADO, ESSA SIM DE UMA FORMA INTELIGENTE, EM DEZ ANOS, TALVEZ UMA REDUÇÃO DE 15%. E TALVEZ SEM MEXER NOS SALÁRIOS, APENAS NAS TAIS GORDURAS QUE PASSOS TÃO BEM CONHECIA ANTES DAS ELEIÇÕES, MAS DAS QUAIS PERDEU NOÇÃO DEPOIS DE SER PRIMEIRO-MINISTRO.
NACIONALIZE-SE O QUE TIVER QUE SER NACIONALIZADO, MAS NÃO SÓ OS BURACOS COMO O BPN, DEIXANDO DE FORA O RESTANTE GRUPO DO UNIVERSO SLN, QUE AGORA DÁ ENORMES LUCROS AOS SEU CENTO E TAL ACIONISTAS.
POIS AUMENTE-SE A RECEITA SEM AUMENTAR OS IMPOSTOS, AUMENTANDO A MASSA TRIBUTÁVEL PELO EFEITO DO CRESCIMENTO DO PIB.

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O PSD e o desnorte total dos seus dirigentes.

Hoje ouvimos e vimos o 1º vice-presidente do PSD a exortar o PS a apresentar medidas para contornar o chumbo do TC ao orçamento de estado de 2013. Mas isso não tem é de ser pedido ao governo?
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=72214
Esta gente não sabe mesmo já o que dizer ou fazer. Parece básico que o TC vai declarar algumas medidas inconstitucionais, perante isto já não sabem o que dizer ou fazer no governo e seus acólitos. Também está provado que não sabem fazer orçamentos sem ser de forma inconstitucional, foram dois em dois anos portanto 100%, bela percentagem de erro.
Agora faz-se pressão sobre o TC dizendo se chumbam têm de assumir as responsabilidades ou dizendo que não há pressão porque já passaram três meses, ora esta é uma forma estupida e indecente de tentar tirar as culpas de cima dos únicos culpados, quem faz o orçamento, que é o governo.
Agora tentam solicitar ao PS uma responsabilidade que antes nunca lhe concederam, apoiando-se na sua maioria absoluta como garantia para tudo e mais alguma coisa, excluindo o PS até de dar opinião, enquanto ainda apoiava alguma coisita viabilizando o orçamento de 2012. Assim ao pedir ao PS que diga como resolveria, mais não é que o tentar dizer que não há outro caminho e que será a desgraça de um segundo resgate.
Isto que faz esta gente é pura demagogia e faz o que levou muita gente antes a classificar o Sócrates como mentiroso, com uma diferença substancial, não havia tanta austeridade, e a economia cresceu 1,6% em 2010. Há quanto tempo vem o inseguro Seguro a dizer que este caminho é errado? Este governo manda toda a gente para a forca e quando já estão lá dentro pede que outros digam como se pode dali sair. São burros e querem fazer dos outros todos burros.
Falam de uma coisa inevitável como se ela pudesse ser evitada, falo do segundo resgate, ao qual estamos condenados desde a assinatura do memorando. Não havia forma de o evitar sem rever favoravelmente o memorando. Mas o que fez o governo? “Vamos além da Troika”, “custe o que custar”, pois aí está o que custa e onde viemos dar. Mesmo com medidas inconstitucionais no OE de 2012 não deu para cumprir as metas.
Não dará em 2013 também, mesmo mudando-as no último trimestre, como no ano passado e mesmo que o TC não chumbe nenhuma das medidas, não dará para cumprir as, já substancialmente alteradas, metas.
Agora é apenas a tentativa da fuga para a frente, usando a mentira como caminho para justificar o injustificável. Não será de nenhuma maneira possível fugir ao segundo resgate, a menos que paguemos juros de qualquer preço e depois quem vier a seguir fecha a porta. Pois não foi a ir aos mercados que atingimos o endividamento que atingimos? Agora o menos mau que nos pode acontecer é a Troika dar-nos outra fatia de empréstimo a juros fixos, como no caso do Chipre 2,5%, mas com prazo para nós a 30 anos. E a fatia deverá ser do valor equivalente a tudo o que devemos aos credores fora do universo da Troika.
ESTA GENTE NÃO PRESTA, MENTE-NOS SISTEMÁTICAMENTE E TENTAM DETURPAR A REALIDADE ACUSANDO OUTROS DAS RESPONSABILIDADES QUE SÃO UNICAMENTE SUAS.
NÃO HÁ FORMA DE ESCAPAR AO SEGUNDO RESGATE NESTE MOMENTO. OU HÁ, É INCUMPRIR COM OS PAGAMENTOS DA DIVIDA OU DOS JUROS.

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Em tempos de grande crise, uma boa notícia.

Uma equipa mista de portugueses e brasileiros, estudou, compilou e vai agora publicar a obra do padre António Vieira em 30 Volumes.
Deixo a fonte da notícia abaixo para que a possam ler e saber que nem tudo é desgraça cá pelo nosso infeliz país. Mas hoje não falemos da crise para não soar a mentira de dia um de abril.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=102315
Bem sabemos que o padre jesuíta foi um dos maiores autores da língua portuguesa e nunca foi devidamente reconhecido pelos programas escolares, talvez por termos uma constituição laica e com muitas influências revolucionárias e a pertença à estrutura da igreja o tenha deixado mal colocado para ser ensinado no pós vinte cinco de abril.
Como diz a notícia vários autores da nossa língua afirmam que ele era um dos melhores utilizadores dela. Do que conhecemos e admitamos não ser muito, achamos que o padre António Vieira era um belíssimo escritor e que muito do que escreveu era para ser transmitido de uma forma oral, sob a forma de sermões e outras alocuções aos cristianizáveis.
Gostamos muitos de algumas coisas que já lemos e que revelavam nele um cidadão atento à conjuntura da época e que sabia opor-se ao sistema da altura com atitude contestatária e apostava na defesa dos mais desfavorecidos.
Hoje em Portugal precisaríamos de gente que fizesse as suas pregações mas para que as pessoas entendessem o que tem de mudar neste mundo onde a cultura quase fica sem verbas e onde as boas notícias só existem sob a forma de falsos comunicados, como o de hoje enviado para as redações e agências noticiosas.
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=30&did=102306
Aqui o deixei para que possam ler ao desnorte que chegámos neste amaldiçoado país de incompetentes e outros maldosos cidadãos. Veremos se o comunicado foi feito por gente do governo para enganar o povo e os agentes culturais ou se foi feito por alguém só para colocar os serviços da secretaria de estado ao ridículo. Tanto uma atitude como a outra são dignas de crítica e repudio.
PENA QUE NESTE TRISTE E POBRE PAÍS NÃO EXISTAM MAIS PESSOAS COMO O PADRE ANTÓNIO VIEIRA E MENOS COMO OS NOSSOS ATUAIS E PASSADOS GOVERNANTES DAS ULTIMAS TRÊS DECADAS:

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A suspensão governativa, aguardando pela sentença do TC.

Parece que temos as ações governativas suspensas, sine-die, até que os juízes resolvam dizer qualquer coisita sobre a constitucionalidade do OE de 2013.
Hoje domingo de Páscoa e com mais vagar para perscrutar a imprensa escrita, encontrei esta noticia do Sol, jornal pelo qual não morro de amores, mas demos o beneficio da dúvida.
http://sol.sapo.pt/inicio/Politica/Interior.aspx?content_id=72034
Esta gentinha, políticos de pacotilha, o que ainda estarão à espera para fazer a única coisa digna que podem fazer, demitir-se? Se nesta situação de crise profunda, andam ainda com paragens governativas, aguardando pelo TC, como se este possa ser depois responsabilizado pela inconstitucionalidade do OE. É o mesmo que não existirem como governo. Mais, o TC não poderá nunca ser responsabilizado pela coisa, já que este é um tribunal que apenas faz a verificação se o OE está ou não de acordo com o texto constitucional. Não estando só há uma sentença a proferir, INCONTITUCIONAL, só faltando que depois façam como o ano passado. Pois sim senhor, é inconstitucional, portanto ilegal, mas a bem da causa pública ficará assim. Se assim for, veremos que este governo é de uma incompetência tecnica sem precedentes, só sabe fazer orçamentos inconstitucionais. A responsabilidade dessa situação só pode ser assacada a uma entidade, O GOVERNO.
Isto seria a clara suspensão da democracia e o não regular funcionamento das instituições democráticas. O que obrigaria o presidente da república a ter de tomar medidas e a demitir o governo. Só nos faltava que este governo só fizesse orçamentos inconstitucionais e ainda assim a coisa avançasse como de normal situação se tratasse.
Esta gente, que antes queria alterar a constituição, depois achou que não era necessário, agora solucionava isso com a solução de fazer orçamentos inconstitucionais mas que passariam sempre com a conivência do TC. Tinha muita piada, agora isso, ser tratado assim todos os anos.
Há pessoas que falam que este governo tem de manter-se em funções a bem de uma estabilidade e o não cair na “italianice” da ingovernabilidade e para que não falte o dinheiro para o dia-a-dia. Julgo que estas pessoas não saberão ao certo do que falam e estão apenas atormentadas com a demagogia que os governantes e seus acólitos vão fazendo. Pois mais instabilidade que a que está instalada não pode haver. Basta ouvir o que dizem várias pessoas ligadas ao PSD ou ao CDS, este último vai pedindo a remodelação apenas para não ser acusado de causador da desgraça, mas está claramente mais fora que dentro. Já o PSD tem gente a dizer que este governo está morto.
Pois a consequência disto tudo é que os tais 2.800M€ do próximo desembolso da Troika, parece que não avançarão sem a apresentação do plano de cortes, ou seja a tal relatório de enquadramento orçamental a entregar na UE. Será que vai faltar o dinheiro já este proximo mês para pagar os tais ordenados e reformas? Nada disso, podemos manter a calma, ainda não está para já, mas garantidamente, necessitaremos de outro resgate ou ir aos mercados a dez anos com taxas de juro acima dos 7%, é só escolher a que forca queremos submeter o pescoço.
Entretanto a Alemanha, vai amealhando uns milhões na poupança de pagamento com juros, eles ao contrário de nós vão-se financiando mais barato e atirando com esse ganho para nós sob a forma de perda.
http://sol.sapo.pt/inicio/Internacional/Interior.aspx?content_id=72040
Esta é a Europa que se pretendia solidária e não o é. É a Europa da Alemanha, da Finlândia e da Holanda a sujeitarem os países do sul ao castigo por serem pobres e terem usado os financiamentos que quase lhes enfiaram pela goela abaixo, para comprar os produtos à Alemanha. Mas que diga-se é a Europa de Passos e Gaspar, pelo menos a que sempre defenderam, acusando os Gregos de incumpridores.
POIS SE AGUENTAMOS A SUSPENSÃO DA GOVERNAÇÃO, MELHOR AGUENTAREMOS UMA GOVERNAÇÃO DE GESTÃO E ELEIÇÕES.
LOGO SE VERÁ A QUE RESULTADOS LEVARÃO, PSD/CDS; PSD/PS; PS/CDS; PS/BE; PS/CDU/BE? SÃO MUITAS AS HIPOTESES DE COLIGAÇÃO SE O PS NÃO TIVER MAIORIA ABSOLUTA, SITUAÇÃO ESSA DE AUSÊNCIA DE MAIORIA ABSOLUTA QUE MUITO NOS AGRADARIA, PARA VER A QUEM COLARIAM.
ISTO QUE TEMOS É QUE É INSUSTENTÁVEL.

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O Papa Francisco e a sua simpática atitude.

Este Papa apresenta-se de uma maneira tão frugal e humilde, que faz quem lhe prestar atenção, ainda que não católico, quase sentir-se obrigado a admirá-lo. Além disso empresta uma boa disposição e simpatia que conquistam qualquer pessoa.
Devo dizer que embora de esquerda em termos políticos, sou católico de formação e educação embora muito pouco celebrante e pouco participador em manifestações de religiosidade. Mas a bem da verdade devo dizer que acredito numa entidade superior que rege os destinos do universo. Será falta de pragmatismo? Talvez, mas creio que já não mudarei.
Entendo depois que da mesma forma que defendo um modelo político que não acredita naquilo que eu acredito em termos religiosos, os meus correligionários de crença podem não entender esta minha dicotomia, a esses digo que a entendam como um pecado e eu serei então católico pecador. Quem não o será? Cada um por suas razões, ou porque usa o preservativo, os métodos contracetivos, porque não cumpre alguns dos mandamentos ou das obras de misericórdia. Cada um terá os seus pecados, entendam-me pois a mim nessa linha de pensamento e estará o caso arrumado.
Aos outros correligionários mas da minha linha política e não crentes direi que, tirando a questão metafisica do assunto, em termos de distribuição da riqueza e respeito pelo Homem, a filosofia católica é a que mais se aproxima da ideologia de esquerda que defendemos. Basta ler o catecismo para o perceber sem dificuldade. Além de mais estamos todos, na civilização ocidental, muito próximos em termos de valores civilizacionais, pois a nossa sociedade rege-se por valores que assentam claramente nas filosofias judaico-cristãs, para definir o bem e o mal, o certo ou o errado e a interação entre os seres vivos existentes na terra.
Depois desta explicação que não podia deixar de fazer para ficar de bem com a minha consciência, passarei a dissertar apenas acerca do que entendo deste Papa e do que creio ser a sua vontade em termos de alguma mudança na Igreja Católica enquanto instituição.
A atitude de Francisco, nome já de si revelador da mensagem que quer transmitir, é bem diferente da maioria dos seus antecessores na cadeira de Pedro. A atitude de grande humildade que demonstra, o sorriso que faz a toda a gente, o ar de tranquilidade que deixa transparecer, a facilidade com que fala das outras religiões e quer aproximar-se delas, a atenção e as palavras que tem dirigido aos mais pobres ou fragilizados por outro motivo qualquer. Agora mais recentemente a atitude e as ações que tem praticado nas celebrações desta Pascoa, tudo são indicações de que na estrutura da Igreja Católica existe gente de qualidade, praticante e adepta do bem.
Cremos que não será alheia à sua prática a sua experiencia enquanto membro da igreja nos patamares mais baixos da hierarquia, o ter sido pároco e o lidar com muita gente pobre no seu dia-a-dia, na empobrecida Argentina. Talvez mesmo não seja alheia a esta sua atitude o ter entrado tarde para a vida religiosa e ter convivido entre a população comum enquanto jovem, tendo assim entendido os anseios das pessoas que não fazem parte da estrutura da Igreja Católica.
Apresenta-se como muito possível que faça do seu papado, uma lufada de ar fresco na por vezes pouco renovada atmosfera da estrutura eclesiástica e promova assim algumas renovações que cada dia mais pessoas reclamam. Parece bem capaz de fazer algumas ainda que se tenha de compreender que não se fazem revoluções numa estrutura como a Igreja Católica, as mudanças têm de avançar devagar. As igrejas são estruturas dogmáticas, nem podiam ser outra coisa, como tal não se pode dizer amanhã que tudo o que defendíamos até hoje está errado. Isso é coisa de políticos e apenas daqueles pouco sérios, não pode ser esse o funcionamento de uma instituição religiosa.
Na Igreja Católica o tempo corre devagar, têm os católicos a obrigação de entender que o tempo da Igreja é mais lento que nas outras instituições menos dogmáticas e as mudanças são por isso muito mais alongadas no tempo. A igreja nunca acompanhará em termos temporais as mudanças da sociedade, precisa de mais tempo para refletir sobre as coisas e burilar os dogmas sem os desmentir de um dia para o outro.
Talvez por isso as seitas cristãs que pululam por aí, vindas do Brasil sobretudo, crescendo de uma forma assustadora, tenham o sucesso que têm, dão de barato o que o cidadão comum quer ouvir, como é fácil o caminho nesse universo, pois os dogmas são mais ligeiros e os pecados menos, a aderência dos menos fortes de espirito torna-se facilitada e é até apelativa.
A atitude despojada, humilde e simpática do Papa Francisco, torna-o um homem capaz de cativar as pessoas de todos os quadrantes religiosos e fazem dele uma pessoa talhada para promover entendimentos alargados dentro e fora da igreja, além de impedir a transferência de alguns católicos para as tais seitas faladas atrás.
Diz que deve a Igreja Católica colocar-se ao serviço dos pobres e mais desprotegidos, refere-se a estes em todas as suas missivas e intervenções, apela ao perdão, à tolerância e pede que os católicos respondam ao mal com o bem. Imaginamos que não há ninguém de boa-fé à face da terra que não tenha de concordar que estes apelos são belas indicações.
Gostamos também muito da forma simples e acessível como constrói as suas comunicações aos católicos e não só, a todos quantos o escutam. Tem um discurso desconstruído, de compreensão fácil para os menos eruditos, sendo estes uma grande fatia da população que diz querer preferencialmente ajudar.
GOSTAMOS DELE E DA SUA ATITUDE, ACHAMOS MESMO QUE PODE ATÉ SUPERAR EM TERMOS DE ADMIRAÇÃO O ENORME JOÃO PAULO II.
PARECE-NOS ASSIM QUE O ESPIRITO SANTO, PELA MÃO DOS CARDEAIS, FEZ UMA SOBERBA ESCOLHA.

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