Diário

O conselho de ministros, as dúvida dos ministros e a teimosia de Cavaco.

Hoje sábado, com mais atenção à imprensa falada e escrita, temos sido confrontados com um sem número de opiniões, sempre manifestadas na estreita obediência apenas a um princípio, o da cor política que se gosta mais.
O que queremos nós dizer com isto? Apenas uma simples coisa, grassa o desnorte e ninguém se entende. Parece que no governo há quem se queira ir embora, Gaspar, mas ao que parece teve de ir a Belém ser chamado à razão, ou melhor a uma certa razão, a de Cavaco Silva, que de todo não nos parece a mais adequada nesta altura.
http://sicnoticias.sapo.pt/pais/2013/04/06/vitor-gaspar-tera-demonstrado-a-intencao-de-sair-do-governo
Estão agora também a ouvir-se desabafos a verbalizar que estamos a parecer mais a Grécia que a Irlanda, ou melhor dito, que antes eramos associados à Irlanda e agora iremos ser à Grécia. Mas esta é uma constatação que qualquer pessoa mais atenta veria sem sequer ampliar muito a realidade. Nós só somos diferentes da Grécia numa simples coisa, o tempo de aplicação do plano de resgate, em todas as outras condições somos iguaizinhos ou piores.
Bom ao que parece o Presidente não quer eleições e o primeiro-ministro não quer largar o lugar, dizem que por causa da credibilidade junto dos credores e que na próxima semana se tem de renegociar as maturidades dos empréstimos. Bom mas esses empréstimos não são com a Troika? Eles não têm sido corresponsáveis deste descalabro económico? Então qual é o medo de lhe explicar que este caminho não serve e para isso podem ser estes ou outros governantes.
Já se viu que por parte das instituições não chegaremos lá, o governo teimosamente e irresponsavelmente não se demite, o presidente da república teima em dizer que o governo tem o esmagador apoio da assembleia da república, se olhasse bem, se calhar via que não tem, o CDS disfarça mas não apoia esta governação.
Desgraça das desgraças, o governo não tem plano B para este chumbo do TC e agora não sabe como sair daqui, o Gasparzinho parece que apenas continua preocupado com a credibilidade externa, será por isso que as contas lhe saem todas furadas, não lhes tem prestado a devida atenção.
Parece que aquela” verdade” do primeiro-ministro ao dizer a João Semedo, de forma canora e belicosa, nunca pensámos num segundo resgate e isso nunca foi sequer tema de análise governamental, se vai transformar numa “mentira” rapidamente. Ou pior talvez não e não tenham nunca pensado nisso da mesma forma que não tinham plano B para a declaração de inconstitucionalidade. Este é claramente o governo mais atabalhoado que alguma vez houve em Portugal, uso esta caracterização para o não chamar rotundamente de incompetente e incapaz. Nunca ninguém fez tão mal e destruiu tanto a nossa economia, nem mesmo Cavaco com o desmantelamento da agricultura e pescas.
Pelo meio ainda vou ouvindo uns lamentos “laranjas” sobre a decisão do TC e como ela será castigadora da estratégia deste governo e por essa via fazedora de mais austeridade sobre os pobres desgraçados dos portugueses. O culpado disto é em primeira análise o governo que só faz orçamentos inconstitucionais e em segundo plano o presidente da república porque devia ter evitado isto solicitando a fiscalização preventiva, foi para isso sobejamente alertado.
Escutámos também na “SIC noticias” os comentadores habituais Jose Gomes Ferreira e Henrique Monteiro a explicarem de uma forma inimaginável a atual situação. Como será possível imaginar que gente tão tendenciosa e convencida do seu saber, possa dar opinião sem fazer mau comentário?
Passo a explicar, saberão aquelas duas almas, quanto dinheiro falta vir da Troika? Saberão que por mês a divida crescerá mais que o valor que vai chegar desse plano de resgate, em termos médios mensais? Parece-nos que não, de outra forma não diriam que o dinheiro vai faltar para tudo, salários, pensões e que vai até bloquear a máquina do estado por não irmos ter esses valores. Nada mais falso, não acontecerá isso como o apresentam. Aliás nada nos garante que a próxima tranche de 2.800M€ seja desembolsada sem a apresentação do tal documento de análise orçamental que concluirá a 7ª avaliação. Se não vier entraremos em bancarrota? Claro que não, sem estratégia que inverta o caminho cairemos lá, mas ainda não é amanhã ou no proximo mês.
Dizem que temos de ter a aceitação da outra parte para renegociar, isso soa quase a “La Palice”, de tal forma é grande a descoberta. Claro que teremos de ter essa aceitação ou não será uma renegociação, mas poderemos forçar essa renegociação ou cair na bancarrota. Dizem que nos obrigarão a mais austeridade para aceitarem negociar, eu não entendo porquê. Será porque acham que merecemos esse castigo? Ou rejubilam com o nosso definhar e sofrer, esses tais papões da Troika?
Depois vamos alargar as maturidades no que respeita aos 78MM€ e o restante bolo que são 130MM€, alguém já se preocupou com esses? Esses é que contam, alguns com juros bem altos de quando estávamos debaixo da pressão especulatória antes do resgate. Esses é que devíamos renegociar e ainda não ouvi ninguém responsável a falar disso, só ouço falar de ir aos mercados como superior desiderato. Mas não foi a ir aos mercados que nos endividámos desta forma e chegámos à situação anterior ao resgate? O que nos garante que serão mais amigos os juros desses mercados?
No meu entender, deveríamos de imediato dar a conhecer aos credores da Troika que vamos necessitar de outro resgate e que precisaremos de muito mais tempo para a regularização das contas públicas, além de que precisamos de relançar a economia e fazer crescer o PIB, sob pena de nem outro resgate nos valer de nada que não sejam apenas sacrifício pelo sacrifício demonstrando assim uma humildade bacoca que não tem objetivo nenhum com utilidade.
Digam-me os leitores ou pensem só para vós, se isto que temos é ou não crise politica? Em que é que as eleições podem ser piores que isto? Em que é que aumentarão o descrédito da nação. Porque teimam alguns que não serão solução, pois eu acho que são, sairá delas uma convergência governativa à esquerda, como sugerida em tempos por Isabel Moreira, sim essa esquerdista filha do Adriano Moreira. Ouço com prazer que o PCP se mostra disponível para um governo de esquerda, hoje sem falar em pré-condições. De forma ufana finalmente, ouço o camarada Jerónimo disponibilizar-se para governar. Será com medo disso que alguns não querem eleições? Nesses estará o Cavaco?
Nestas condições politicas, de estado de sítio governativo, o governo como explicará mais um deslize nas contas, aquando da apresentação durante este mês, da análise da execução orçamental do primeiro trimestre? Resistirá nessa altura? Se tem de sair tarde, que saia antes cedo.

ERA MELHOR AMANHÃ APRESENTAREM A DEMISSÃO E DEIXAREM O POVO DECIDIR SOBERANAMENTE QUAL A SOLUÇÃO QUE QUER.
TERÃO MEDO QUE ESSA DECISÃO FAÇA AO PSD O QUE FEZ NA GRÉCIA AO PASOK? PARECE-ME QUE SIM.
HOJE OS PORTUGUESES ESTÃO MUITO MAIS ESCLARECIDOS E ENTENDERÃO MELHOR AS PROPOSTAS DOS CANDIDATOS.

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