Hoje lemos um artigo de Augusto Mateus, a teorizar acerca da qualidade da austeridade. O tal ministro de Guterres que fez a lei Mateus e que permitiu, sem austeridade, aumentar a receita do estado, cobrando dívidas de uma forma sustentável.
Disse ele que este governo tem uma estratégia financeira mas não tem económica. Como se a primeira não viesse a soçobrar perante a falta da segunda. Nenhumas finanças resistem se a parte económica for deficitária.
http://expresso.sapo.pt/o-governo-nao-tem-nenhuma-estrategia-economica-augusto-mateus=f798006
Vamos hoje em dia escutando que existem dois tipos de austeridade, uma burra e outra inteligente ou mesmo separando-as em termos políticos, austeridade de esquerda ou de direita. Uma austeridade de esquerda é ao que parece uma invenção de Hollande.
Certas questões semânticas fazem-nos ficar com vontade de rir, mas não podemos pelo sério que é o assunto e a situação em que estamos. Esta gente brinca com coisas sérias e não é gente nada séria. A austeridade apenas serve para uma coisa, para empobrecer os povos, os países e a seu tempo toda a europa. Desenganem-se os que pensam que com este caminho se poderá pagar a divida, não vamos de todo ser capazes.
Para pagar a monstruosa dívida que temos, deveríamos crescer acima de 3% e estar a reduzir fortemente o desemprego, para com isso aumentar as receitas do estado e diminuir os custos com subsídios de desemprego na segurança social.
Será isto possível aplicando essa tal coisa de austeridade? Ao que parece não, pois nenhum país está melhor depois dela que antes dela, nem vale a pena vir com a Irlanda, também não está. Todos os outros são o que se sabe.
A pior de todas as coisas é que algumas empresas, beneficiárias líquidas de certas desgraças, mesmo em clima de austeridade aumentam os seus lucros ou mantêm os anteriores. Por estas empresas a crise não passa. Depois há outras que até apresentam prejuízos, mas que mais não são que o levar a imparidades de dividas em atraso ou revalorizações de ativos, que na pratica apenas lhes permitem não pagar impostos, sendo recuperados nos anos seguintes e até distribuindo dividendos aos acionistas.
Pois dizemos abertamente que não há austeridade inteligente, por vezes pode ser obrigatório cortar certas despesas, mas se com cortes cegos e a direito, apenas se consegue diminuir a receita do estado e o PIB, não entendemos como pode ser considerada inteligente.
Deveremos limitar ou mesmo extinguir o deficit, isso sem dúvida, mas deveria ser pelo lado do aumento da receita sem aumento de impostos. Ouço uns iluminados a dizer que temos de consolidar cortando na despesa 2/3 e apenas 1/3 com aumento de receita. Esta parece-nos ser uma das grandes barbaridades que os políticos têm dito.
Para diminuir a despesa do estado, precisamos de o fazer num período alargado de tempo, para que não haja choques violentos na economia. Pois consolidemos acabando com o deficit, aumentando a receita do estado sem castigar os portugueses. Como se faz isso? Aumentando a produção de bens de consumo interno e importando menos, produzindo mais e melhor com vista à exportação. Ainda que para as empresas serem competitivas se tenham de dar alguns benefícios fiscais.
Bem sabemos que isso não se faz a pedido, mas mantenhamos as condições de rendimento ou até melhoremo-las um pouco e demos condições a quem queira produzir os produtos que importamos mais.
Concordo que o crédito ao consumo tenha de ser restringido para bens importados, tais como carros e outros artigos de luxo provenientes do estrangeiro. Podemos aumentar a receita do estado sem sobrecarregar os portugueses com mais impostos ou mais desemprego. É uma questão de escolha das políticas.
FAÇA-SE A CONTENÇÃO DA DESPESA DO ESTADO, ESSA SIM DE UMA FORMA INTELIGENTE, EM DEZ ANOS, TALVEZ UMA REDUÇÃO DE 15%. E TALVEZ SEM MEXER NOS SALÁRIOS, APENAS NAS TAIS GORDURAS QUE PASSOS TÃO BEM CONHECIA ANTES DAS ELEIÇÕES, MAS DAS QUAIS PERDEU NOÇÃO DEPOIS DE SER PRIMEIRO-MINISTRO.
NACIONALIZE-SE O QUE TIVER QUE SER NACIONALIZADO, MAS NÃO SÓ OS BURACOS COMO O BPN, DEIXANDO DE FORA O RESTANTE GRUPO DO UNIVERSO SLN, QUE AGORA DÁ ENORMES LUCROS AOS SEU CENTO E TAL ACIONISTAS.
POIS AUMENTE-SE A RECEITA SEM AUMENTAR OS IMPOSTOS, AUMENTANDO A MASSA TRIBUTÁVEL PELO EFEITO DO CRESCIMENTO DO PIB.