Diário

No dia do trabalhador, a voz do Papa ao serviço da justiça social.

Neste dia 1º de maio, dia do trabalhador, a igreja católica também se junta à festa promovendo uma festa litúrgica de São José operário. Sirvo-me das palavras de um insuspeito cristão que por certo não será comunista, o Papa Francisco.
Como em termos ideológicos sou muito colado à esquerda, podia achar que algumas ideias que tenho são distorcidas pelo meu esquerdismo, mas ao ler o que diz o Papa fico mais ciente que as minhas ideias vão para lá da esquerda e são pertença do campo humanista.
Ver aqui notícia
Assim vejo com muito bons olhos as palavras do Papa acerca do uso do trabalho escravo de certas pessoas apenas para enriquecer outras. Agrada-me muito que faça chamadas de atenção para a necessidade dos governos se afastarem do lado económico da vida e darem mais atenção à justiça social. Este sentido humanista deste cuidadoso Papa faz-nos achar que certos valores não têm cor partidária ou ideologia.
Seria bom que alguns governantes fossem mais atentos ao que vai dizendo a ala humanista do mundo e fizessem o possível para mudar a economia de forma que a riqueza fosse mais distribuída por todos os cidadãos e não apenas concentrada nas mãos de quem gere o mundo, a banca e a alta finança. Estes com seus produtos tóxicos e especulativos que neste momento têm um montante equivalente a algo como 300% do PIB mundial, fazendo assim com que 2/3 da economia seja absolutamente virtual. Depois vêm os politicos queixar-se da situação económica mundial, pois se alguns setores da economia vivem de ganhos virtuais, a produção e o trabalho são claramente colocados numa posição de inferioridade, situação à qual se seguira a subalternização dos estados.
Esta sociedade moderna com a sua ocidental distribuição tem vindo a gerar pobreza numa grande parte do mundo, como os muito pobres já não podem empobrecer mais, agora empobrece-se os mais frágeis dos ocidentais, os que vivem do seu trabalho.
Esta via neoliberal capitalista levará à pobreza muitos europeus e norte americanos se os governos não sujeitarem os grandes bancos e investidores mundiais a práticas mais amigas do trabalho e menos da especulação.
É que a escravatura de que falava o Papa Francisco, não é apenas aquela a que se sujeitam as pessoas vitimas do tráfico humano ou as que são obrigadas a prostituir-se, ou ainda os que trabalham ganhando valores muito abaixo do limiar da dignidade humana, ou pior, mesmo sem nenhum salário.
Escravos desta economia mundial globalizada e ao serviço da banca e finança internacionais, serão hoje muitos mais que antes, ainda que trabalho digno tenham e normal salário vão ganhando. Situação gerada pela dramática condição de vida a que se sujeitaram os povos do mundo ocidental. Sujeitam-se a uma política de austeridade e de baixa obrigatória de consumo, obrigam-se a produtividades e impostos impróprios, sujeitam-se ao desemprego os ainda capazes de produzir, atiram-se para a indigência os idosos que vão morrendo sozinhos em casa e ninguém dá pela sua falta durante meses ou anos.
Não devemos achar que a caridade corrige essas faltas, o Homem necessita de trabalho digno e correspondente salário que lhe permita viver dignamente entre os do seu universo social, para que assim se sintam dignamente recompensados por cada útil jornada.
NESTE DIA DO TRABALHADOR, O QUE MAIS SERÁ NECESSÁRIO É MESMO OS POVOS TEREM TRABALHO UTIL E DIGNAMENTE REMUNERADO. ESTE INDIGNO CAMINHO QUE O OCIDENTE TEM VINDO A TRILHAR IRÁ CERTAMENTE DAR RAZÃO A MARX QUANDO DIZIA:
“ O CAPITALISMO É ANTROPOFÁGICO E COMER-SE-Á A SI PRÓPRIO”

Standard

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *