Escutámos atentamente a comunicação ao país do Ministro Paulo Portas enquanto líder do CDS. De todo não entendemos este calendário duplo dos partidos do governo.
Menos entendemos ainda a declaração em si, pois faz uma descrição das medidas que o governo anunciou pela voz do primeiro-ministro, tentando enquadrá-las, menorizando a capacidade do seu chefe de governo. Para acabar, foi Paulo Portas dizendo que não pode deixar passar a contribuição dos pensionistas. Dando a entender que essa será uma medida que poderá fazer romper a coligação.
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Ou esta é uma estratégia acordada entre os dois partidos do governo e agora o primeiro-ministro vai recuar na aplicação de uma das medidas que veio anunciar, dando a ideia que a coisa pode ou não ser da forma que diz, dependendo da aceitação de todos os membros do governo e das suas sensibilidades. Mas esta apresentação das medidas do governo não devia ter sido alvo de acerto antes das declarações? Para que terão necessitado de tantas horas de conselhos de ministros se depois um vem dizer uma coisa diferente do outro?
A outra opção será a de encontrar uma forma de agradar a alguns portugueses, mostrando primeiro quão mau poderá ser e depois amenizando um pouco esse mal. Fazendo dos portugueses um bando de tontos que facilmente se deixam enganar por estas manipulações baratas e de política de pacotilha.
Tenho de concordar com uma coisa, será menos mau o pacote de medidas se esta não for aplicada, seja por força da vontade de Paulo Portas ou de todo o governo. Mas de uma coisa também não tenho dúvidas, a coligação não funciona em uníssono nem sequer em acompanhamento atrasado, pois vários dias depois um ministro do CDS vem categoricamente desautorizar o seu chefe de governo ao dizer que essa medida não pode passar. Estranha forma de governar e de comunicar as medidas ao país.
É tarde que encontram as medidas, mais de um mês depois da 7ª avaliação da Troika, reúnem várias vezes os ministros e ainda assim não encontram uma declaração comum. No mínimo é estranha esta forma de comunicação deste governo. Coisa que não nos espanta em nada, dado o desnorte a que nos tem sujeitado este incompetente governo.
Como entenderá o presidente da república este ligeiro desacerto na estratégia de comunicação do governo? Concordará com Passos Coelho ou com Paulo Portas? Certamente com Paulo Portas pois está a proteger a sua parca reforma, essa que mal lhe chega para viver a ele e a sua Maria que apenas tem oitocentos e tal euros como reformada de professora.
Se esta forma de governar não é instabilidade política não sei o que será. Como verão isto os credores internacionais? Como coesão da coligação na tomada de medidas não poderá ser certamente, pois o governo fala a duas vozes e a dois tempos.
Porque não poderia ter sido um membro da direção partidária do CDS a dar estas explicações em vez de ser um ministro do governo? Porque foi preciso um tempo tão grande para reagir às medidas? Conhecendo-as bem não poderiam ter concertado as declarações partidárias antes do anúncio das medidas pelo primeiro-ministro?
O que deveremos pensar? Vai avançar ou não a medida da contribuição de sustentabilidade a aplicar aos pensionistas? Sabemos menos depois da comunicação de Portas que antes dela. Será que esta é a discussão pública de que falava o primeiro-ministro? Estranho que a discussão comece dentro do próprio governo. Mas talvez seja esta a contribuição talentosa de Portas para as medidas que o primeiro-ministro apresentou, o não aceitar uma das medidas.
O que dirá a Troika disto? A carta com as medidas para que a 7ª avaliação seja concluída terá a tal contribuição ou não? Ou tudo está a ser feito com uma margem de erro que pode cobrir estes desmandos? Utilizando uma coisa a que frequentemente em calão se chama “coeficiente de cagaço”
REINA O DESNORTE, NÃO SABEM O QUE ESTÃO A FAZER ESTES IMPREPARADOS GOVERNANTES.
TEMOS DE OS LEVAR À DEMISSÃO O MAIS RÁPIDO POSSIVEL. O PRESIDENTE E O SEU CONSELHO DE ESTADO OU TRATAM DISSO OU ESTAMOS MAL DA VIDA.