Diário

A pseudo-sabedoria de alguns que foram letrados pela constituição de esquerda.

Hoje não posso deixar de falar de uma “coisa” que li nas redes sociais. Um qualquer cidadão, tal como eu, pode dizer os disparates que quiser nas redes sociais, mas não deixam de ser disparates por estarem mais ou menos bem escritos se o conteudo é mau.

Alguns atrás de um conhecimento certamente proporcionado pelo 25 de abril de 1974 e a constituição que lhe foi consequência, vêm hoje dizer uns quantos disparates alicerçados num razoável domínio do português e com umas reminiscências culturais que lhe permitem falar de um ou outro economista ou político de uns quantos países.
Refiro-me a um texto que li no perfil do facebook do grupo “que se lixe a troika”
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Fala o autor do texto acerca de uns quantos que discordam do seu entendimento em relação às políticas de austeridade e coloca no mesmo saco, uns quantos, políticos do mundo, tais como Barack Obama, François Hollande, Cameron e compara-os a Passos Coelho e Paulo Portas, até teria graça a coisa, não fosse o assunto ser sério.
Pois bem no caso de Obama e Cameron, usam exatamente a estratégia que aqueles que o texto chama de tolos defendem, ou seja imprimir moeda e endividar-se com base nisso, para corrigir a crise económica, não sei se já deu conta disso o ilustre autor do texto. Depois os EUA contrariamente à Europa têm vindo a injetar dinheiros públicos na economia e a ter politicas mais sociais que nunca, terá dado conta disso também o autor do tal textozito? Será por isso que já cresceu a economia dos EUA cerca de 2% no passado trimestre? Certamente terá sido e também por isso o desemprego baixou significativamente na economia americana. Já a Inglaterra ainda que imprimindo e usando a política cambial a seu belo prazer, com um governo ultraliberal, tem indicadores em tudo semelhantes aos de Portugal.
Falemos então da austeridade de Hollande, terá o autor reparado nos aumentos de salários da função pública francesa? Exatamente ao contrário do que se faz em Portugal pela mão de Passos e Gaspar, mais que pela mão de Portas.
Existe gentinha que acha que por saber escrever uns textos com um português escorreito, já tem o direito de opinar acerca do que quiser. Comparar Obama a Passos Coelho em termos de medidas e politicas para combater a crise é de todo um exercício de distorção bacoca da realidade.
Depois não sei o que beneficiarão Jerónimo de Sousa ou Ferreira do Amaral com a saída ou permanência no euro, imagino que de uma ou outra forma terão sempre a sua subsistência assegurada pela situação de hoje. Um continuará ao serviço de uma estrutura” PCP “ que a continuarem as atuais medidas de austeridade só poderá vir a aumentar a sua votação e assim reforçar a posição na AR, já o outro não sei que rendas lhe assegurará este atual sistema, já que creio que pertence à tal classe média que o autor diz que perderá caso o sistema que defende triunfe.
Esta austeridade cega é que está a acabar com a classe média e a fazer crescer a olhos vistos a pobreza engrossando a faixa mais pobre da nossa população. Uma fatia significativa da classe média eram os funcionários públicos e alguns pensionistas, esses que estão a ser atacados por todos os lados por esta ignóbil governação. Como também eram alguns empresários que viram as suas empresas irem à falência e assim serem forçados a emigrar e a despedir os seus funcionários. São milhares nessa condição.
Só por pura demagogia ou apego ideológico às medidas é que se poderá defender esta governação, ou então tendo um desses cargos de assessores desta gente que nos governa. Poucos serão os que estão a coberto desta governação incompetente, mas há sempre uns quantos e esses defendem os seus interesses com unhas e dentes. Será o caso do autor do texto? Outros defendem a sua linhagem ideológica com base na mesma argumentação que eu defendo o meu Benfica, ainda assim não me custa admitir ter sido beneficiado contra o Sporting. O que me conferirá uma razoabilidade que se não pode conferir ao autor do texto se esta for a razão, o apego emocional e desprovido de razão.
O neoliberalismo temperado com um certo fascismo latente de alguns que entendem que só a sua opinião está correta e é a única razoável, não augura nada de bom. Resta-nos a convicção que a Europa altere o seu caminho e passe a ter uma política mais social-democrata de apoio aos mais frágeis em vez de os castigar tornando-os ainda mais frágeis. Terão de ser adotadas essas medidas, resta saber se em tempo útil ou apenas quando um terço dos países da europa já estiver muito mais pobre. É só essa a opção ou a europa atuar a tempo ou o sair do euro.
Empobrecer é o que estamos a fazer desde 2010, resta saber se é para continuar ou não este caminho. Hoje estaremos cerca de 20% mais pobres em média que em 2010, curiosamente devemos muito mais que nessa altura e diminuímos substancialmente a nossa capacidade de pagar a divida.
Concluo dizendo que para perceber a realidade basta olhar para ela e o facto é que usando esta austeridade feroz, toda a europa tem vindo a empobrecer. A austeridade deveria ser substituída pelo rigor nas contas e na aplicação de medidas que proporcionem crescimento do PIB, para tornar a divida sustentável, de outra forma vamos cair num perdão de divida como única solução. Levados pela mão da austeridade cairemos naquilo que a esquerda defende o perdão parcial da divida, com apenas uma nuance, antes não estávamos tão depauperados como na altura que se concluir que esse é o único caminho.
NÃO PERCEBEMOS COMO AINDA VAI HAVENDO GENTE ECONOMICAMENTE MENOS CAPAZ QUE AINDA DÁ COBERTURA A ESTAS POLÍTICAS. VOTAM OS ASSALARIADOS COMO MUITOS PATRÕES RICOS, UNS ESTARÃO ENGANADOS E ESSES NÃO SERÃO DECERTO OS PATRÕES.
EXISTEM PESSOAS NA NOSSA SOCIEDADE QUE DISFARÇAM COM PERFUME LITERÁRIO O CHEIRO BAFIENTO A FASCISMO QUE SUBJAZ ÀS SUAS TEORIAS.

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