Diário

A vontade dos portugueses e a teimosia dos governantes.

Conhecemos hoje mais uma sondagem, esta realizada entre cinco e dez de abril. Resultados mais ou menos normais, com uma excecional condição, a de que sessenta por cento dos portugueses querem que o governo caia.
Veja aqui a notícia. do Expresso.
Pois hoje com o conhecer dos resultados de mais uma sondagem, dessas que vão pululando por aí mais ou menos a gosto de todos, soubemos duas coisas interessantes, uma que a larga maioria dos portugueses não se revê neste governo e gostava que ele caísse. A outra e não menos importante é que os dois partidos mais à esquerda representam mais de 20% das intenções de voto hoje.
Esta é a visão pessoal que temos da atual situação e ao que parece reflete a vontade de uma maioria significativa do eleitorado português. Será que isto a juntar à situação económica e social, ao desnorte/inatividade por parte dos governantes, não seria suficiente coisa para o presidente da república dissolver a assembleia e convocar novas eleições?
Juntar-se-á a estas anteriores considerações a análise da execução orçamental do 1º trimestre que estará aí a rebentar, pois veremos que dados trará. Se como imaginamos os desvios forem já consideráveis, deviam os ministros seguir o conselho de Mário Soares e demitir-se. Mas estas alterações no elenco governativo não parecem antecipar tal coisa. Esta gente que nos governa imagina-se a melhor bolacha do pacote e quais milagreiros a única capaz de nos levar à salvação como país.
Ouço também insistentemente dizer, a alguns políticos e comentadores, que o país não tem condição para aguentar agora umas eleições. Mas o que motivará estas pessoas a fazer tal afirmação? A falta de dinheiro que o país atravessa ou o tempo de transição para a nova situação? Depois dizem que não iriam gerar uma maioria, mas quem garante isso? Nas últimas eleições não saiu nenhuma maioria de nenhum partido, mas obteve-se uma maioria na assembleia da república através da coligação de dois partidos. O que impedirá que hoje se atinja essa situação com os mesmos ou com outros partidos?
Continuamos a defender que as eleições serão a única forma de legitimar um governo, sufragariam a vontade dos portugueses perante a difícil situação atual e as propostas dos partidos candidatos. Hoje a possibilidade de mentir está muito reduzida os portugueses estão mais esclarecidos e atentos às condições e nuances da crise. Seria assim legitimada a atuação do futuro governo e aceites as propostas para solucionar a situação difícil em que nos encontramos.
Ao que parece o Eurogrupo vai alargar o prazo de pagamento da divida à troika por mais sete anos, entenda-se daqui que os prazos de vencimento dos empréstimos concedidos pela, troika andarão sete anos para diante no calendário, tal não baixa em nada o endividamento, mas dá alguma folga à tesouraria que se tornaria já incomportável em 2016 e teria outro cataclismo em 2021. Seria impossível liquidar esses valores de stock de divida nessas datas, portanto só por esse facto já fez alguma coisa este governo neste últimos dez dias, onde tirando uns discursos infelizes do primeiro-ministro e um despacho que de todo não entendemos, aliás como muita gente mesmo do PSD, do ministro Gaspar, o restante tempo foi completa inatividade governativa.
Só para que se esclareçam os leitores, ficam 130MM€ por negociar porque estão nas mãos de outros credores. Alguns, soube-se também hoje, apenas com fins especulativos. O tal sucesso da ida aos mercados pode não ser assim tanto sucesso. Foi a ir livremente aos mercados que chegámos à condição de ter de pedir ajuda e aumentámos violentamente a divida. Se formos aos mercados financiar-se apenas para pagar a dívida já existente nos prazos contratados e sempre somando juros aos já pagos, vamos por um caminho sem volta e sem possibilidade de solver a situação.
Perante a nomeação como ministro de Poiares Maduro, dizemos também que mesmo essa não parece ser uma decisão consensual, já que o ilustre senhor dizia ainda na semana passada que se calhar a solução era um governo de iniciativa presidencial e admitia também outras interessantes consequências perante a decisão do TC que podem ler-se no seu facebook.
Ver Post de 05/04/2013 na sua página do facebbok
Será a continuação do desnorte? Por que razão hoje o primeiro-ministro falou dez vezes no senhor ministro da economia? Quererá o perdão dele por lhe ter retirado capacidade decisória? Seja o que for tratou-o com muito cuidado.
PERANTE ESTA ACALMIA MAS SABENDO QUE O FUTURO NESTE CAMINHO SERÁ DIFICIL, CONTINUAMOS A ACHAR QUE O GOVERNO DEVERIA DEMITIR-SE E SUJEITAR-SE A ELEIÇÕES.
NÃO TRARIAM AS ELEIÇÕES CUSTOS SIGNIFICATIVOS MAS PODERIAM DAR UMA NOVA ESPERANÇA A ESTE POVO DESTROÇADO E UM NOVO IMPULSO AO PAÍS.

Standard

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *