Diário

Poiares Maduro, a sua visão antes e a dúvida sobre o que virá depois.

Soubemos hoje que Poiares Maduro vai ser ministro com uma parte das responsabilidades que antes cabiam a Miguel Relvas. Esperemos que a sua atuação na governação tenha a mesma objetividade que tinha o seu ideário antes de ser ministro.
Vimos uma entrevista sua no programa da sociedade das nações da SIC noticias, durante a segunda quinzena de janeiro, embora com colagem formal a um partido do governo o PSD, tinha ideias cristalinas acerca da falta de democracia deste sistema de governação europeu e ao qual os estados da união se têm de sujeitar. Entendia-o assim como a causa maior da crise.
Veja aqui a entrevista
Não teceremos considerações acerca da pessoa, que achamos excelentemente formada e de grande valor académico. Concordamos quase intrinsecamente com o que dizia neste programa na televisão, em que não defendia nenhuma linha politica que esteja condicionada a alguma formação partidária ou até colada a qualquer ação governativa.
Apontamos para a sua direta responsabilidade no relatório que entregou na UE e que o vinculará também daqui para diante, independentemente de estar no governo ou fora dele. Defende nesse relatório com o titulo “Uma nova governação para a UE e para o Euro, Democracia e Justiça”, que os estados não têm mecanismos para obstaculizar a determinados comportamentos de certo tipo de interesses dos capitais e que possam corrigir os desvios democráticos por eles introduzidos na governação dos estados. A assunção da falta de democracia no modelo europeu já nos parece um bom princípio de análise, admitindo que a falta de democracia advém da falta de controlo europeu sobre uma serie de interesses, nomeadamente sobre os movimentos de capitais. Veremos o que dirá daqui em diante.
Entendemos ainda o seu entendimento pela situação que o acórdão do TC causaria na vida de alguns portugueses, nomeadamente os funcionários públicos e a sua colagem ao discurso de Vital Moreira, embora de todo não entendamos que algo menos que 1000M€ possa causar uma enorme hecatombe na nossa execução orçamental, compare-se com o desvio do ano passado, quatro vezes maior, ou mesmo com o desvio da execução deste ano no 1º trimestre. Damos o benefício da dúvida a este senhor sem lhe reconhecer colagem a interesses instalados, mas também sem lhe conhecer experiência política.
Por incrível que possa parecer, numa coisa concordamos com ele, terá de ser mais integração e a mutualização da divida, por todos os estados europeus, como explica que se passa nos EUA, que será a solução. Explica também a falta de capacidade das empresas portuguesas por uma questão de financiamento e de diferenciação negativa em relação a outras empresas europeias com melhores condições de financiamento, também nisto estamos maioritariamente de acordo. Veremos se agora daqui em diante não defenderá apenas o bom aluno, por uma questão corporativa de defesa do discurso politico do governo.
Concluímos que nos parece uma pessoa bem formada, de grande capacidade técnica além de ser cordato em termos de discurso. Esperamos que estas características se não alterem por ser ou não ministro. Que se não esqueça das frases em que dizia que o estado não tem escolha possível para evitar algumas das situações que hoje se poem perante o quadro de governação europeia. Referia-se ao deficit democrático, com o qual nos alinhamos. Que não venha agora depois disto, também na linha deste governo, continuar a culpar o Sócrates por tudo o que está a correr mal.
Defende também que os cidadãos precisam de escolhas perante determinadas situações e decisões. Será que isto não pode desde já ser transposto para a atual situação governativa do país? E ainda que contra os interesses europeus se dê aos portugueses a escolha de quem quer a determinar os destinos deste desgraçado país, nesta situação de calamidade económica? Ficam estas questões para reflexão futura e depois de alguma atividade governativa deste senhor ministro.
EMBORA ACHANDO QUE ESTE GOVERNO JÁ SE NÃO ENDIREITA COM REMODELAÇÕES, SE ELAS NÃO LEVAREM TODOS EMBORA, A FICAREM, ESPEREMOS QUE ESTE SENHOR TENHA UM BOM DESEMPENHO. BOM, PIOR QUE O DO SEU ANTECESSOR SERÁ DIFICIL.
10-04-2013

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