Diário

Pela moralização mais que pelos efeitos económicos, acertadas medidas.

Acabámos de ler que a comissão europeia a reboque da Suíça, irá apresentar um pacote de medidas que limitarão os salários e as reformas douradas das empresas cotadas na bolsa no espaço da união europeia.
http://sol.sapo.pt/inicio/Economia/Interior.aspx?content_id=69635
Parece mesmo que este senhor comissário de nome Michel Barnier, está movido por belos pensamentos quando afirma: “é preciso voltar a uma economia social de mercado” e que “as empresas não devem ser lojas em autosserviço para os dirigentes”. Parece-nos que esta gente começa a ver a causa do estado a que chegou a selvajaria social, a que certas empresas e seus dirigentes, condenaram a sociedade e a repartição de direitos e sacrifícios. Claro que com o beneplácito dos políticos, ardentemente esperando deixar de o ser para se catapultar para as tais direções e conselhos de administração, dessas fazedoras de milionários empresas.
Per fraseando Salazar: “ melhor que ser ministro é ter sido ministro”, parece-nos claro que em tudo estaremos a caminho desses tempos se ainda não chegámos mesmo. Ou direi mesmo que estaremos em muitos indicadores até pior que nesses tempos, pois perdeu o estado a respeito dos cidadãos e o controle dessas emancipadas empresas e seus movimentos de capitais.
Se queremos uma europa solidária, com direitos e deveres iguais para todos os seus cidadãos terão de ser implementadas medidas que limitem os excessos de uns e motivem muitos outros a não comprometer valores morais para atingir níveis de riqueza e protagonismo que encontram nos seus pares e guias espirituais, ou copiando apenas os que entendem como modelos de sucesso a seguir. Pode-se claramente ganhar dinheiro, deve-se até, mas sem pisar os mais básicos direitos e sempre tendo como linha limitadora a razoabilidade e a moral. Já percebemos que sozinhos não são capazes, tem de ser então por decreto.
Não é justo nem é decente ter muita gente neste país sobre a qual se discute se deve ganhar ou não mais 15€ por mês e passar a ganhar 500€ mensais, quando há depois uns camaradas que ganham 120.000,00€ por mês, dirigindo empresas a quem os portugueses, esses dos 500€, têm obrigatoriamente de comprar os bens, casos da EDP, REN, PT, GALP, e ainda mais algumas, em que a gestão por via da posição monopolista ou quase, e a forma legal de construir os preços de venda, lhes garante uns resultados líquidos sempre altamente positivos. Acreditem iluminados senhores, que se forem jogar golfe durante um ano as empresas funcionarão da mesma forma, possivelmente até tendo mais uns euros de lucro, se não colocarem os almoços e jantares do golfe na contabilidade delas, já que deixarão de pagar as faustosas ajudas de custo e despesas de representação que tais iluminados gestores normalmente fazem. Já vi alguns a alugar “Porche Cayenne “ como viatura de serviço, num país onde cada dia de aluguer de um carro desses custará talvez 750€. Dignidade a quanto obrigas.
VENHAM TAIS LEIS LIMITADORAS RÁPIDAMENTE, A BEM DA MORAL E DOS BONS COSTUMES. SABEMOS QUE NÃO RESOLVEM NADA EM TERMOS DE EQUILIBRIO DAS ECONOMIAS, MAS MORALIZAM E CRIAM HABITOS DE DECENCIA, HÁ MUITO PERDIDOS.

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