Diário

A ideia que não ficaria mal ao meu bisavô. Mas ele era analfabeto.

A IDEIA QUE NÃO FICARIA MAL AO MEU VISAVÔ; MAS ELE ERA ANALFABETO.

Hoje quase fomos colhidos por um ataque de perplexidade, quando ouvimos NA TSF uma determinada senhora, com algumas responsabilidades porque é presidente do conselho superior do Conselho de Finanças Públicas dizer que havia tido uma ideia interessante e que ela, a ideia, devia ser pensada…
Será que certa gente está a ficar senil???? Esta senhora com ar de alucinada, com um penteado tão original como a sua ideia e óculos de mister Magoo, já noutras alturas tinha dito coisas disparatadas, mas hoje excedeu-se. A ser criado um prémio para ideias tolas, uma coisa tipo OSCÁR, teria desde já a nomeação garantida com a fortíssima possibilidade de ganhar. Brilhante Dr.ª Teodora Cardoso.
Diz a senhora, que os rendimentos do trabalho, porque só falou de salários, deviam ser canalizados para uma conta poupança e serem tributados em sede de um peregrino imposto sobre a despesa e que corresponderia a um percentual dessa despesa medida pelos levantamentos…
Questiono-me:
– Quem seria o titular dessa conta? O assalariado, ou num sistema de confisco temporário, o estado?
– Para quem seriam os proveitos dos juros dessa conta poupança? Para o estado, o assalariado ou serviriam apenas para aumentar a liquidez da banca, banca essa que não foi capaz de supervisionar convenientemente quando era funcionária do Banco de Portugal e da qual foi ao mesmo tempo consultora, no caso no BPI?
– Porque julga ela, a senhora, que nunca viu o seu imposto de estimação e original ideia aplicadas em nenhum sitio? Julga que de repente se acorda um dia e se inventa um modelo novo de imposto e se resolvem os problemas das finanças de um país?
Agora os meus pensamentos acerca da ideia da senhora:
– Como sou um bocado brejeiro, logo me assaltou a ideia que alguém com uma imagem daquelas, deve ter tido o último orgasmo já bem para trás no seculo XX, se é que alguma vez teve algum e que essa falta de libertação de endorfinas no organismo lhe estaria a afetar o raciocínio.
– Pensei depois em senilidade, dada a avançada idade da senhora, que confesso não encontro em nenhum sítio da internet, mas embora possível também é bem provável que não seja o caso, dado que há outros bem mais velhos e ainda não acusam tal comportamento senil.
– Inclino-me pois para um caso raro de distanciamento da realidade em que vive a maioria dos cidadãos deste país e para a colagem cega a uma perigosa ideologia que quer contas certas descurando completamente para onde atira uma franja enorme da população deste retângulo chamado Portugal. Mais castigando aqueles que não tiveram culpa rigorosamente nenhuma, os mais pobres e assalariados, voltando a reduzir-lhes o rendimento.
Depois destas considerações, direi porque esta é uma ideia tão peregrina que a senhora só pode ter-se entusiasmado a ouvir-se a si própria de outra forma nada o justifica, até porque imediatamente se contradiz ao dizer que teria uma natureza progressiva e como tal seria diferente do IVA, não vejo como faria diferentes as taxas, se em função dos valores depositados ou dos rendimentos tributáveis dos assalariados, ou se aplicaria uma taxa igual a todos os levantamentos citados pela Sr.ª Dr.ª…. No caso da progressividade como seria ela feita antes da declaração de rendimentos de cada ano? Caso a taxa seja fixa, lá cobraria o mesmo aos ricos e aos pobres só variando em função do volume de dinheiro levantado tal como o IVA nas compras efetuadas… Será a Sr.ª Dr.ª tão estupida quanto parece?
Direi ainda que esta gente porque não tem nenhum tipo de dificuldades económicas, perdeu completamente a razoabilidade e diz disparates atrás de disparates, no caso em análise até nos parece que a ilustre senhora está a copiar a tendência para a inconstitucionalidade do nosso atual governo… Não haverá ainda um determinado sigilo bancário para defender ou já vale tudo desde que se lhes vá garantindo o rendimento alto…
A promiscuidade que existe ao permitir que esta gente salte do interesse privado (BPI) para o interesse público (BdP) a quem antes tinha de prestar contas e demonstrar boas práticas assusta-nos. Já o andar tantos anos por estas entidades estatais confere-lhes a ideia que são uns semi-deuses e que podem dizer e fazer o que quiserem. Bem sabemos que sem nenhuma moral para pregarem sacrificios, já que até ficam fora dos cortes de rendimento na maioria dos casos.
Tem razão numa coisa, é com mais receita que têm de corrigir o desequilíbrio das contas, mas devem criar alguns impostos que antes certos governos retiraram, o imposto sucessório que isentou as grandes fortunas de pagar o que agora se vê que faz falta, deve também aumentar a receita, mas aumentando a base tributável sobre que incidem os impostos, fazendo os maiores proprietários de imoveis deste país, os bancos, a pagar o famoso IMI do qual estão isentos, isso faz-se também aumentando o PIB, não encolhendo-o via redução do consumo. Talvez ainda possa taxar mais os rendimentos especulativos dos ganhos nas transações em bolsa e sim renegociando as taxas de juro que pagamos aos credores pois não temos maneira de continuar a ser a segunda divida publica mais rentável do mundo quando o que se discute é a sustentabilidade dessa dívida.

DEVIA ESTA AVOZINHA IR DE VEZ PARA CASA COM UMA REFORMA EQUILIBRADA NADA DE EXTRAVAGÂNCIAS E DEIXAR O SEU LUGAR PARA ALGUÉM QUE MESMO NÃO SAIBA MAIS, PELO MENOS NÃO DIGA TAIS DISPARATES…

GENTE QUE OCUPA LUGARES COMO O QUE OCUPA ESTA SENHORA, NÃO TEM AUTORIZAÇÃO PARA DIZER TOLICES DESTAS. SE QUEREM DIZER LIVREMENTE DISPARATES, FAÇAM COMO NÓS, NÃO TEMOS CARGOS DE RESPONSABILIDADE…
Dinis Jesus 24-03-2014

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