Vivemos por esta altura tempos de grande dificuldade e até descrédito na espécie humana, por razões várias da vida quotidiana. Mas a Morte de Chavez ainda nos deixa mais preocupados e tristes, porque deixa o mundo sem um forte opositor ao sistema ultraliberal capitalista.
Também o próprio secretário-geral das nações unidas, lamenta a sua perda pelos contributos que trouxe ao desenvolvimento da Venezuela.
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Ficamos tristes, muito tristes, pelo desaparecimento de alguém que claramente nos últimos quinze anos, foi quem mais afrontou os poderes ultra-liberais dominantes no mundo e mais combateu a pobreza, tendo sido segundo a ONU, a Venezuela de Chavez o país que mais baixou os índices da pobreza no mundo, durante a última década, logo seguido pelo Brasil de Lula, seu vizinho e quase correlegionário em termos ideológicos.
A partida precoce de pessoas como Chavez, por quem podíamos ter mais ou menos simpatia pessoal, pela sua forma quase desbragada como expunha as coisas e a atitude populista dos seus discursos e tomadas de posição, deixam o mundo menos interessante em termos de debate ideológico. Ele era claramente um defensor das classes mais pobres e orientou a maior parte das suas políticas para o combate à pobreza e para a melhoria de vida dessas pessoas mais desfavorecidas. Claro que algumas classes na Venezuela, mesmo alguns emigrantes portugueses, se sentiram afrontados com a sua governação. Mas não se pode agradar a todos e alguém que agrada aos pobres vai ter sempre o meu apreço. Para mais quando foi sempre diminuindo o número desses mesmos pobres, no seu país.
Não sabemos se arranjará a Venezuela um substituto à altura de Hugo Chavez, não cremos que tal seja fácil ou será mesmo impossível, pois o que preconizava para a Venezuela, quase era um sonho seu e de cariz muito pessoal. Não será fácil encontrar um sucessor com a mesma capacidade mobilizadora da população, para combater as tentações ultra-liberais, que tenha o carisma e a capacidade de convencer que tinha, este agora desaparecido presidente.
Veremos como será o futuro, mas pensa-mo-lo com apreensão.
ESPERAMOS QUE A VENEZUELA NÃO ALTERE SIGNIFICATIVAMENTE O RUMO QUE VINHA TRILHANDO DESDE QUE TINHA CHAVEZ COMO PRESIDENTE. PARA BEM DAS POPULAÇÕES DA VENEZUELA E PARA QUE HAJA NO MUNDO UM DETERMINADO CONTRAPONTO.