Ensaios

Apelo à insurreição pacífica.

Sob pena de até poder vir a ser alvo de represálias e outros dissabores, vou de acordo com o meu entendimento da situação em que vivem os povos do mundo ocidental e dito desenvolvido, tentar teorizar acerca da forma de luta mais capaz de sortir efeitos em menos de 12 meses na conduta dos governantes nacionais e europeus quem sabe mundiais.

Pode parecer tola e arrogante além de presunçosa a ideia de que um pequeno país pode influenciar tanto, mas pode, sobretudo porque daria a outros o exemplo e arrastaria milhões para a revolta de tal forma que poria em risco todos os investidores e especuladores, à escala global.

 

Comecemos por fazer algumas perguntas:

  1. Conhecem alguém que já ficou a dever a prestação da casa por mais de 6 meses?.
  2. Se sim, o que lhe aconteceu em termos de justiça?
  3. Pode sempre o devedor de vários meses de prestação chegar a acordo com o banco ou não?
  4. Alguém pode ir preso por ficar a dever ao banco?
  5. Teria muitos custos ficar a dever ao banco 6 ou 12 meses de prestação da casa?

 

Agora as respostas:

  1. Milhares de pessoas estão em atraso com o pagamento da prestação da casa por mais de 6 meses, no limite tiveram uns telefonemas e uma ou duas cartas do banco a ameaçar com uma ou duas retaliações, mais nada. Para andar tranquilos aconselha-se a não atender o telefone  quando ligam do banco e a não ler ate ao fim as cartas a ameaçar com retaliações. Claro que depois de três ou quatro meses fica-se na listagem de moras do Banco de Portugal, pode impedir outros créditos esta situação. Em resumo, ninguém perde a casa nesse período e os custos disso são muito baixos ou nulos.
  2. Em termos de justiça, que é a única forma do banco anular o contrato de empréstimo e apropriar-se da garantia no caso a habitação hipotecada, não aconteceria nada, pois o banco nem sequer interporia a ação nesse tempo e mesmo que interpusesse o tribunal não olharia sequer para ela.
  3. Claramente se o devedor perceber que pode ser muito prejudicado com a situação, pode sempre chegar a acordo com o banco e pagar as prestações repondo a situação. Até mesmo renegociar e alargar o prazo de pagamento do empréstimo, baixando o valor da prestação.
  4. Desde os romanos que ninguém vai preso por ficar a dever, só pode ir preso quem comete crimes.
  5. Quanto a custos, provavelmente teria alguns, mas que podem perfeitamente ser negociados e até anulados se a negociação for bem-feita.

 

Espero que os leitores já tenham daqui concluído qual a ideia que temos para fazer a economia mudar de rumo.

Temos claro, para nós, que a causa da situação em que nos encontramos se deve única e exclusivamente à banca, finança e seus derivados. Pois se não vejamos: em 1986 os produtos financeiros existentes no mundo eram semelhantes em valor à riqueza produzida no mundo, ou seja, produtos financeiros iguais ao PIB mundial. E hoje? Pasme-se, hoje são 3 vezes o PIB mundial e no caso dos EUA os produtos financeiros são cinco vezes o PIB dos EUA. Pois é para que os detentores desses capitais possam lucrar não produzindo nada que nos temos de sujeitar à crise porque estamos a passar. Chama-se concentração de riqueza a causa da situação economica e social em que nos encontramos.

Como os bancos portugueses têm no crédito à habitação a larga fatia do crédito concedido, tirando a compra de divida pública, claro está, o deixar de receber durante 6 meses as prestações do crédito à habitação, colocaria toda a banca em situação de rutura de tesouraria e seriam também estes bancos impedidos cumprir as suas obrigações juntos de quem os financiou e por aí acima até aos detentores dos tais produtos financeiros.

Tal situação, se de uma dimensão capaz, causaria o colapso do sistema financeiro, se as entidades bancárias não arrepiassem caminho e não levarem com isso os líderes políticos a adotar outras estratégias governativas. Quem nunca ouviu dizer que os bancos ajudam é quem lhes deve muito? Fazem isso no sentido de minimizar as possíveis perdas. Pois então estar a dever pode ser uma boa arma negocial. Serve dos cidadãos para os bancos, serve dos bancos para outros bancos e estes para os especuladores e investidores, que apenas se comportam como agiotas com cobertura legal.

Conclusão, se todos os titulares de créditos à habitação ficarem 6 meses sem pagar a prestação, não lhes poderá acontecer nada de grave nem tem mais despesa que ir um dia para Lisboa manifestar-se, mas os bancos ficarão em situação rutura de tesouraria e causarão o mesmo a outros que lhes emprestaram a eles. No caso de tentarem recorrer rapidamente aos tribunais iriam entupir o sistema e mesmo os departamentos jurídicos dos bancos não teriam capacidade de resposta.

TEMOS POIS DE BATER ONDE LHES DOI.

Temos para nós que a mesma medida se poderia transpor para o pagamento de impostos, com consequências que não podemos perceber tão bem como a situação anterior, por não haver-mos pensado nisso o suficiente. Mas pensamos que esta medida seria ainda mais violenta e catalisadora da mudança rápida de paradigma social, só que esta prejudicaria sobretudo os mais fracos, doentes reformados e outros protegidos socialmente pelo estado, por este deixar de ter meios para cumprir com as suas obrigações dada a falta de liquidez que tal medida provocaria.

COMO TAL PARA MUDAR O PAÍS RÁPIDAMENTE É FAZER SOFRER AQUELES QUE NOS ARRASTARAM PARA AQUI, A BANCA E A ALTA FINANÇA DEIXANDO DE PAGAR AS PRESTAÇÕES DO CRÉDITO HABITAÇÃO.

NÃO VALE A PENA APELAREM À HONRA E AO CUMPRIMENTO QUASE DE CARIZ RELIGIOSO, QUANDO NOS TRATAM COMO SIMPLES MEIOS DE ENRIQUECIMENTO, PROCEDENDO PREPOTENTEMENTE COMO AGIOTAS COBERTOS LEGALMENTE.

 

 

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