Diário

Juízes e patetas…

No seguimento da entrevista do Juiz Carlos Alexandre e dos comentários, análises e pareceres que gerou, porque a não tinha visto quando passou na SIC, fui procura-la vi-a e ouvi-a como tal não posso ignorar.
Vejamos pois o que se me apraz opinar sobre UMA ENTREVISTA SALOIA:
Este senhor Juiz lida muito mal com a sua condição sociocultural, coisa muito comum em quem vindo de um meio pobre e culturalmente limitado, fruto da mudança de sistema politico, consegue chegar a uma licenciatura e a juiz e com essa posição trata de expurgar todos os demónios atrás de si. Diga-se que a coisa é até comum em gente que provem de outros meios e até bem mais tenros de idade e portanto sem terem passado os “traumas” porque passou o Sr. Juiz. Embora diga, com pouca convicção, que teve uma infância feliz.
Diz que é filho de um carteiro e de uma tecelã, que trabalhou nas obras, vigiou matas e foi também ele carteiro. Com isto tenta mostrar que a sua modesta biografia inicial foi vencida pelo seu esforço e capacidade e por isso chegou a Sr. Juiz. Ele não tem efetivamente culpa de ter nascido num ambiente de estilo Salazarista, austero e cheio de dificuldades, como não tem culpa de ter existido uma revolução que permitiu que se licenciasse e pudesse alcançar um pouco mais do que os seus progenitores alcançaram, que segundo ele, à boa maneira de todos os pais daquela época, menos dotados de conhecimento e cultura, queriam para os seus filhos uma vida melhor do que a deles. Tudo normal como a maioria dos licenciados com mais do que cinquenta anos de idade de hoje em dia, apenas me parece mais ressabiado com a situação do que a maioria de todos os outros da mesma condição.
No seguimento diz que o pai tinha um sentido de justiça fora do comum e era homem de palavra e gostava de pagar as suas contas, além de que era um exímio jogador de cartas (como saberá ele isso, será também mestre com as cartas?). Diz que de presentes, o pai, comprava sombrinhas de chocolate “Regina”, até ainda sabe a marca, únicos presentes no Natal. Digo-lhe que a minha sorte não era diferente ou se era é porque recebia mais umas peúgas.
A necessidade de elencar estas características como virtuosas e indiciando que concorda com a máxima do tempo da outra senhora de que virtuoso é o POBRE, HONESTO E TRABALHADOR, por mais medíocre que seja ou possa ser um sujeito, diz-nos logo muito de uma pessoa.
Quais são os problemas de alguém com tantas certezas?
1- Achar que o seu sentido de justiça também é apurado e que sempre forma boas convicções.
2- A possibilidade de ter uma certa vontade de se vingar de alguém que não teve de se esforçar tanto para ter mais do que ele tem.
3- A possibilidade de usar o poder que a sua posição profissional lhe dá para se vingar dessa gente que é abonada sem um esforço tão ciclópico como o seu.
É que não se quer ter num lugar de responsabilidade, como juiz, alguém que avalia pela sua intuição e sentido de justiça em vez de avaliar pelas provas e de acordo com a lei. Pior do que isso, se é que pode haver pior, é ter alguém que é juiz a usar a sua posição para se vingar do que acha injusto.
Passamos depois para a fase da “Auto bajulação” informando que trabalha muito, em alguns anos quarenta e oito de cinquenta e dois sábados, dez anos sem férias e refeiçoa de forma espartana a comida que a sua esposa cozinha, tudo para alcançar pagar uns créditos que teve de contrair. Diz ainda  que cada sábado que trabalha apenas lhe dá cerca de setenta e cinco euros menos quarenta por cento para impostos, sendo isso muito menos do que ganha um perito, por ele nomeado para um qualquer processo. Outra vez o Sr. Juiz mostrando que ser honesto é trabalhar muito, mesmo que com isso se ganhe pouco.

Se este relato assim tão fino se justifica para mostrar a sua honestidade é porque essa honestidade se lhe mostra como um entrave mais do que como uma coisa boa, de outra forma não tinha necessidade de tal relato… isto não é ser SALOIO é antes PEQUENEZ, embora até a altura constante no “termo de identidade” seja de um metro e sessenta e nove, segundo ele, portanto não muito pequeno. Será isso também viver apoquentado pelo seu aspeto que só lhe deixaria conquistar, na escola, as mais feias das colegas ou nenhumas? Causará tal facto vontade de vingança sobre os mais poderosos porque arranjam com isso bela companhia feminina mais facilmente?

Diz o homem que trabalha onde gosta e que por isso se sente compensado e trabalha com gosto e que por isso não se candidata a desembargador. Bom, e não só por isso, também porque nunca escreveu nenhuma publicação e nem tem pós graduações e nem participa em seminários, tudo porque tem que trabalhar muito… depois lá meteu uma emenda e disse: “ não quer dizer que os outros que fazem essas coisas não trabalhem”, mas soa-me a que só disse isto porque parece bem-educado e é politicamente correto, porque em atitude narcísica ele acha que trabalha muito mais do que a média dos seus colegas de profissão e que por isso é melhor do que a maioria deles.

No seguimento das suas intuitivas análises diz o Sr. Juiz que se sente escutado e que ouve por vezes restolhar de papeis e marulhar de agua porque as pessoas que o escutam levam os equipamentos para a praia. Cúmulo dos cúmulos, por vezes até com a carga máxima o homem não consegue fazer chamadas quando outros mesmo ao lado dele estão ao telefone. Como já vai percebendo como as coisas são, depreende facilmente que está a ser escutado, mas não pode falar disso porque depois não poderia comprovar. Num arrufo de arrogância, sim porque por vezes sou como o Sr. Juiz, digo: A carga não tem nada a ver com o conseguir fazer chamadas ou não, para isso concorrem só dois fatores que são a qualidade da rede e a do equipamento que o Sr. Juiz usa… Os outros ao seu lado conseguirem fazer chamadas podem estar a fazer com outra rede como suporte ou ter um telefone melhor… isso não significa estar a ser escutado. Até porque quem escuta costuma ter grande interesse em que o escutado fale, não será?

O assunto dinheiro não deixa o Sr. Juiz dormir descansado, tal a frequência com que foi caindo no tema… será pois de bom-tom ter um homem tão atormentado em pagar créditos que não pode sequer descansar a julgar outras pessoas? Se calhar é perigoso. Mais perigoso quando fala que por via dos cortes que o Eng. José Sócrates implementou às magistraturas ainda perdeu rendimentos e ficou assim mais difícil cumprir honestamente com os encargos que contraiu, informando o zé povinho de que não tem amigos, no sentido pródigo, nem herdou dos pais ou dos sogros. Estes amigos todos sabemos a quem se referia, Carlos Santos Silva/José Sócrates ainda que ele queira agora vir a dizer que não e que não falou nomes de ninguém nem de nenhum processo.
Quererá o Sr. Juiz vingar-se do homem que lhe cortou no vencimento obrigando-o assim a ter de trabalhar ainda mais tempo?

Mas a pérola das pérolas do Sr. Juiz é o facto de se sentir muito confortável com a confirmação de mais de dois terços das suas decisões pelos tribunais que depois julgam os casos. Se isto ainda o disse sem imodéstia imagino o número de boas decisões que o fariam imodesto, seria uma taxa de confirmação de 50% ou ainda menos? Pois no meu fraco entender a nossa constituição antes quer mil criminosos à solta do que um inocente preso. Se o Sr. Dr. Juiz erra em 33% dos casos se calhar estaria na hora de largar a profissão. Mais alguma profissão do mundo é sustentável com essa taxa de asneiras?(uma decisão errada em cada três decisões)
Lamento contrariar Sr. Dr. Juiz mas caso assim seja o Sr. é absolutamente perigoso para a sociedade já que a possibilidade de prender preventivamente um inocente ou o tramitar de forma errada um qualquer processo é de um terço. Será motivo de regozijo ter um terço das suas decisões não confirmadas pelos tribunais que julgam os casos? Eu acho muito  e modestamente me demitiria se fosse essa a minha taxa de acerto. Imagine-se se não tivesse boa memória, este senhor Juiz, imagino que a taxa de erro poderia ainda ser maior. Sim porque se lembra até dos alcunhas de muitos sujeitos que lhe passaram pelas mãos, por isso devemos sentir-nos todos tranquilos com a profundidade e profissionalismo com que alguém que erra um terço das decisões que toma mas decora os milhões de documentos que tem nas mãos nos processos que tutela de momento e nos quais tem como supremo dever o assegurar que os direitos dos arguidos não são postos em causa.

Gostei especialmente da parte em que o Sr. Dr. Juiz diz que por questões de saúde já por algumas vezes pensou se o trabalho não será coisa à qual tirar importância… isso sim, caso venha a acontecer tranquiliza-me a mim e deverá tranquilizar alguém que olhe para as estatísticas com mais afinco. Um terço de erros não deve tranquilizar ninguém, e trabalhando menos certamente a taxa de casos erradamente avaliados baixaria porque o Sr. Dr. Juiz avaliaria menos casos. Este raciocínio é só a crueza da matemática em cima das palavras do Sr. Juiz, nem sequer é uso da minha mordaz intuição.

Preocupa-me muito ter pessoas como o Sr. Juiz a decidir sobre fases da vida de outras pessoas, assusta-me que alguém diga que gosta de decidir sobre a vida dos outros e eu sentir que isso não é uma missão mas antes um propósito. Lembra-me um episódio que tive com um rapazinho de quatro anos com quem viajei um dia no comboio que me deu como resposta à vulgar pergunta do que queria ser quando for grande, que queria ser juiz, de rajada me explicou porquê, para prender todos os de quem não gostava. Fará assim o Sr. Dr. Juiz???

Bem sei que esta entrevista nunca será analisada por ninguém que não tenha já desenvolvido uma posição no que respeita a quem intui como certo nos processos que têm o Sr. Dr. Juiz como juiz de instrução e como arguidos alguns poderosos deste país, nomeadamente José Sócrates. O facto de termos posição, a favor ou contra, nestes processos inquina qualquer análise que se quisesse mais séria. Mas se alguns, os comuns cidadãos, podem ter esses estados de alma já o Sr. Dr. Juiz de todo os pode ter, porque tendo-os passa a ser potencialmente perigoso para os que deviam ter por si os direitos defendidos. Eu não sei, nem quero saber nesta fase, se os arguidos nos processos que o Juiz Carlos Alexandre tem em mãos são ou não culpados, mas tenho um entendimento de como um Juiz de Instrução se deva comportar para cumprir a lei fundamental do país, entendimento que fundo em experiência própria pelas diversas passagens por tribunais e que me diz que muitas vezes os juízes de instrução não fazem as coisas da maneira que deviam fazer e acabam por decidir erradamente, maioritariamente os erros são em prejuízo dos arguidos.

Esta justiça feita por quem se julga melhor do que a maioria, por quem acha que se cabritos vende e cabras não tem de algures vem, por quem acha que tem o direito de fazer juízos de valor e que esses juízos são prova suficiente, por quem acha que se pode pronunciar tecnicamente sobre matérias que não domina como a psiquiatria ou a psicologia é deveras perigosa para os cidadãos.  

Juntemos a isto um ministério público assente em premissas duvidosas e absolutamente apoiado (senão em conluio)  por juízes de instrução que se sentem deuses, desembocando tudo em tribunais que julgam pela rama muitos processos, os mais simples e sem mediatismo, em que os juízes abusam de forma quase medieval da posição que ocupam, dando como provados ou não provados os factos de acordo mais com o que lhes vai na alma do que por outra coisa qualquer (tudo porque não têm tempo para olhar os processos de forma decente e capaz. Tenho a certeza que na maioria destes casos mais simples os processos são lidos de través), ao que se junta uma certa superioridade pré-adquirida pelos representantes do estado nos processos,  que teremos, como temos, uma justiça muito perigosa para os cidadãos.

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Comentários em “Juízes e patetas…

  1. Mário Santos diz:

    Não devia ter perdido tanto tempo a ler isto !
    Esqueço-me sempre de que “O homem comum fala, o sábio escuta, o tolo discute”.

    O Juiz Carlos Alexandre não teve em devida conta o saber de Óscar Wilde: “Se soubéssemos quantas e quantas vezes as nossas palavras são mal interpretadas, haveria muito mais silêncio neste mundo”.

    • Dinis Jesus diz:

      Mas eu tenho sempre em conta o Oscar Wilde e concordo com ele e por isso o desculpo a si. Eu só opino, mais nada. Para mim o Sr. Juiz além de saloio é tacanho.

  2. ViriatoaPedrada diz:

    O crime teima em não aparecer.
    Um tal “Homem Justo” que diz trabalhar nos serviços financeiros dos tribunais mandou uma mensagem a dizer que a magistratura já terá gasto mais de cinco milhões de euros com a investigação Marquês.
    Mandaram procuradores a Paris onde investigaram tudo e foram aos restaurantes frequentados pelo Ex-PM, pediram certidões da Conservatória Predial francesa e contataram bancos, etc. Também foram à Suíça, ao Luxemburgo, ao Reino Unido, à Venezuela, ao Brasil, a Angola, à Argélia, às Ilhas Virgens e a quase todos os offshores das Caraíbas. .
    Para além disso contrataram revisores de contas para analisar todas as despesas do gabinete de Sócrates, enquanto PM, e todas as compras e obras feitas pelo Estado.
    O “Homem Justo” diz que, apesar de terem gasto muito dinheiro em viagens e contratos, faltam ainda faturas para cobrir todas as despesas feitas pela magistratura.
    Mesmo assim, não descobriram nada de relevo, exceto uns pequenos empréstimos do amigo Santos Silva da ordem de poucos milhares de euros, o que seria irrelevante numa sala de tribunal sem qualquer coisa mais. Por: Dieter Dellinger.

  3. ViriatoaPedrada diz:

    Por vezes assisto aqui a discussões e comentários acalorados sobre o ataque da justiça a José Sócrates. como já devem ter percebido nada disto me surpreende, esta noticia é de 18 de Dezembro de 2010, leiam e entendem imediatamente porque razão Sócrates está preso…Medida de Sócrates: Os magistrados – juízes e procuradores – que residam na área da respectiva comarca vão deixar de receber 775 euros como subsídio de renda. Só os que morarem fora é que manterão tal complemento, mas com um corte de 20%. (Este governo PSD/CDS já aumentou os Juizes e Procuradores em 1300 euros). As férias foram reduzidas para 30 dias como toda a gente. Há ainda outras regalias que também levam corte,mas também os casamentos Gay e legalização do aborto, cortes nas reformas dos políticos, o mexer nas vacas sagradas, criaram muitos anticorpos.

    A prisão preventiva usada e abusada, tendo ja sido objeto de reparo pela CE, faz lembrar a extinta PIDE. Prende-se sem provas, baseado em suposições. Tal ato gravoso so devia ser autorizado a terrorismo e flagrante delito.

  4. ViriatoaPedrada diz:

    Não Voto com esta justiça
    Já o disse e volto a afirmar. So volto a votar, quando aparecer um partido que coloque no seu programa que acabe com a prisão preventiva, salvo casos como terrorismo e fragrante delito. A justiça antes obedecia e colaborava por tal fato com a PIDE, mas nunca pensei que depois da extinção desta policia sinistra que adoptasse os piores metodos. Hoje nenhum cidadão por mais honesto que seja pode dormir descansado, tal como acontecia no tempo da outra senhora. Foi Aguiar Branco (PSD) quando foi ministro da Justiça, que afirmou que a Justiça foi o unico sector da sociedade, que não mexeu uma palha depois do 25 de abril.

  5. ViriatoaPedrada diz:

    Sócrates e o objetivo da prisão.
    O objetivo não foi julgar Sócrates no Tribunal, mas sim na Praça Pública. Sabem perfeitamente que não têm motivo para tal, mas antes coze-lo em lume brando, arruinando assim a sua carreira política e também a sua vida económica. Fizeram o mesmo a Afonso Costa, Marquês de Pombal e até assassinaram Humberto Delgado.
    Só já os cegos não vêem o óbvio. Investigado há cerca de oito anos, preso onze meses, ainda não há uma prova dos crimes de que é acusado. Não admira que Garcia Pereira opine que prenderam Sócrates para não incomodar Portas e Barroso e ainda para se escapulir Miguel Macedo, altamente implicado nos Vistos GOLD, mas também um Juiz que já foi ilibado, porque aqui as suposições não contam, nem sequer as escutas comprometedoras até à raiz dos cabelos. Marinho Pinto também opina que a Justiça não é vingança e que a vingança não é Justiça. Agora vejam só que até Marques Mendes também opina que não entende a razão porque no caso BES não existe nenhum arguido. É claro que nenhum dos atrás citados e muitos outros nas mesmas condições, retiraram regalias a Juízes e Procuradores como subsidio de renda de casa de 775 euros mês e corte nas férias que passaram de três para um mês como toda a gente. Talvez tudo isto esteja a acontecer porque Sócrates nunca usou avental, nem vai à missa, nem anda por aí a cantar aleluias, nem a papar hóstias, mas teve a coragem de defender os mais fracos e as minorias, como os casamentos gay e o aborto. Talvez esteja a pagar essa ousadia, tal como aconteceu há dois mil anos com um Nazareno, cujo crime era intitular-se rei dos Judeus. Aí o Juiz teve dúvidas, mas não teve a coragem e preferiu lavar as mãos. Pior seria se o Juiz em vez de as lavar as quisesse sujar, mas diga-se em abono da verdade que o resultado foi o mesmo.

  6. ViriatoaPedrada diz:

    Precisa-se: arguido
    Ricardo Araújo Pereira, humorista: “Mas agora os socialistas têm um ex-primeiro-ministro preso, a aguardar acusação, e os sociais-democratas têm todas as suas grandes figuras em liberdade – o que se lamenta e estranha. A detenção de José Sócrates teve um impacto tão grande na vida política que Passos Coelho sentiu que até podia elogiar Dias Loureiro numa queijaria. Ou se encarcera um alto dignitário do PSD depressa, ou nos arriscamos a ver Valentim Loureiro receber um doutoramento honoris causa.”
    28 de maio de 2015.

  7. ViriatoaPedrada diz:

    Submarinos, o processo foi arquivado pelo Sr. Juiz Carlos Alexandre.
    Um comentador europeu dizia a um canal francês esta semana: ” Reparem o que aconteceu com o caso dos submarinos que envolve alemães, gregos e portugueses:
    -Na Alemanha prenderam 3 indivíduos, na Grécia prenderam 1 e em Portugal mandaram 1 deles para Presidente da Comissão Europeia e o outro é o Vice Primeiro Ministro do País.
    Sendo assim os presos na Alemanha e na Grecia foram condenados injustamente.

    • Emília Gomes diz:

      Ora aí está um assunto interessante de se discutir, de que eu falo tanto às pessoas amigas, para lhes abrir os olhos e não ouço ninguém criticar isso!
      Assim como elucidaram a opinião pública e falaram tanto na TV, sobre José Sócrates, podiam ter feito o mesmo com o Paulo Portas, acerca dos submarinos, isso sim , comprados com o dinheiro do Estado e algum para os bolsos do Paulo Portas. Eu só queria que me explicassem, porque é que os outros estão presos e ele está solto? Será que o caso não é o mesmo? Dá-me vontade de rir!

    • Dinis Jesus diz:

      Esse é o problema o amor ou o ódio ao Sócrates e que norteiam o que vocês pensam da actuação do Juiz. Estão desculpados, se calhar a coisa não dá para mais. Eu não sei se ele é culpado ou não, nem quero saber nesta fase, mas sei que contra ele são cometidos grandes atropelos à lei, o próximo é já amanhã ao não encerrarem o processo, com acusação ou arquivamento do mesmo, no prazo estabelecido pelo próprio ministério público que é quem investiga.

        • Dinis Jesus diz:

          Mas o mundo resume-se a um dos lados JUIZ/SÓCRATES???
          Esse é o erro dos pequeninos pensar que eu escrevo o que escrevi e que poderia ter escrito também acerca de outros juízes de instrução, que adoram protagonismo, porque se comportam como semi-deuses sem estarem cientes do que fazem. Esses outros só não juntam a possíveis disparates uma entrevista de auto-glorificação e falsa humildade.Não o conheço, ao Juiz, e não perco muito a julgar por aquilo que me pareceu, mas muitos que o julgam conhecer ou lhe são proximos não têm o distanciamento necessário para lhe perceber os disparates.

        • Emília Gomes diz:

          Por acaso as pessoas não são livres de defenderem quem querem? Quanto é que esse Juiz lhe pagou para o defender? Sabe por acaso se ele está certo? Se ele tem a certeza do que diz, porque é que disse , se levasse um processo em cima , que deixava o do ´Sócrates? Quando eu tenho a certeza de que estou certa , nem que venha o Papa, eu não desisto da minha ideia e se ele tem assim tantas provas como diz ter, não devia ter dito isso , fazia por mostrar de que tem razão! Isto é somente por política e ele pode ter o dinheiro que lhe pudessem ter pago para fazer isto, debaixo do colchão, ou então é mesmo vingança por causa dos cortes, mas também se é por isso, então que vá para varredor de ruas, que nessa profissão, existem pessoas melhores que ele.

  8. Helder diz:

    Tentando levar a água ao seu moinho, cai num erro grosseiro e daí toda a dúvida na sua prosa! O juiz falou em mais de dois terços das suas decisões confirmadas e não o contrario como você, não inocentemente diz!!! E estamos a falar de recursos e não a condenações, pois este juiz não faz julgamentos! Dá provimento ou não, a propostas do ministério publico, da judiciária ou de outras autoridades…. Claro que você sabe mas quis deliberadamente mentir!! E você, é especialista em quê?? Psiquiatria, psicologia, ou arte de bem viver???

    • Dinis Jesus diz:

      É verdade tinha um erro grosseiro que já fui corrigir, juro que não foi propositado o erro para manipular, ouvi com atenção toda a entrevista e depois socorri-me de algumas transcrições, erradamente o OBSERVADOR transcreveu mal essa parte: “Sou apenas um produto de umas circunstâncias, circunstâncias que são: estou ali naquele sítio, a onde fui parar por vontade própria, porque concorri muitas vezes para lá desde que o tribunal abriu, gosto do que faço. Sem ser imodesto, tenho visto mais de um terço das decisões que tomo serem confirmadas pelos tribunais.” http://observador.pt/2016/09/09/carlos-alexandre-sinto-me-escutado-no-dia-a-dia/. Peço as minhas desculpas mas não muda em nada o sentido do meu texto. Depois bem sei que não é de sentenças que falamos mas sim de decisões processuais e é nessas que pode ou não ser parcial ao tomá-las. Eu não sendo especialista em nada, gostando de viver bem para não ser ressabiado como o Juiz, tenho opinião e gosto de partilhá-la com outros, mas eu posso fazê-lo e não prejudico ninguém com ela… já o Juiz devia, por dever de profissão, ser mais cuidadoso.

  9. João Bico diz:

    Quem é este merdas armado agora em juís de um JUÍS? Quem é este merdas que invoca o passado pobre de uma pessoa de bem para aqui a defender verdades por si inventadas como se fossem verdades verdadeiras? Quem pagará a este merdas para tentar transformar a honestidade e a coragem em cobardia e corrupção?
    É por causa destes merdas que Portugal está mergulhado na podridão, e os únicos tubarões que conheceram as grades foi pela mão deste JUÍS! Malgrado, outros já trataram de abafar a lufada de ar fresco vivida. É por isso que enquanto os portugueses não encostarem estes merdas todos à parede, vamos continuar a respirar sempre este ar pestilento.

    • Dinis Jesus diz:

      Sou um tipo com opinião e que sem medos a dou acerca de todas as coisas que me inquietam. Contrariamente a outros que são só revoltados com o mundo que os rodeia e se julgam cheios de certezas. A ofensa pessoal com termos menos decentes diz muito dessas pessoas e do tipo de decisões que acham corretas. Pestilento é o ar Salazarista com que o JUÍZ e não JUIS (sim é com Z que se escreve) e o João Bico se julgam acima dos outros, cada um à sua maneira é claro, o juiz é menos mal educado. Eu podia não aprovar o seu comentário mas, para vergonha sua, vou aprovar e os outros, que o lerem, que façam a sua opinião acerca de qual de nós estará a ser mais inteligente e digno.

    • Emília Gomes diz:

      Acho que mais uma vez, vejo , que certas pessoas gostam de ter o prazer de dizer mal de umas , sem provas, mas se se fala o contrário, já não gostam! Chama-se a isto Democracia, poder falar aquilo que se pensa e quanto ao Juiz, conhece-o assim tão bem? É que a vida dá muitas voltas e ainda pode ser que vá ter alguém conhecido a ser julgado por ele e se ele tiver errado nesse julgamento? O que vai pensar dele, caso ele também julgue essa pessoa sem mostrar as provas? Nesse caso do Sócrates, já que a prisão foi dada pela TV, para toda a gente ver, pelo menos em consideração aos portugueses que assistiram a tudo isso e que se calhar formaram uma má opinião, pois não aparecem as provas para se ter a certeza, o juiz devia fazer o que tem a fazer o mais rápido possível, pode haver gente influenciável, mas há muita que sabem ver os sinais e não caiem nessa com facilidade! Posso ser mulher , mas sempre tive a minha opinião sobre este caso e defendê-lo-ei até que tudo termine, porque existem outros que roubaram mesmo os contribuintes e andam cá fora! CASO DE POLÍTICA!

  10. Álvaro Urbano diz:

    É a sua opinião. Para mim cidadão comum, não intelectual, informado e sem influência dos midia, ou seja, rejo a minha opinião por formação, acho este Homem, uma pedrada no charco lamacento onde coabita a justiça e os grandes interesses.
    Eu até gosto do parlamentar Sócrates, até o acho um brilhante orador, mas gosto muito mais da integridade e honestidade do juíz em questão.
    Até acho que esta polémica se prende mais pela sua vida austera. Infelizmente estou habituado a ver medíocres e corruptos com os bolsos cheios de dinheiro.

    • Dinis Jesus diz:

      Quando opinamos acerca de pessoas sempre só damos a nossa opinião. Sei que uma série de medidas que tomou em relação ao caso Socrates me parecem absolutamente desmesuradas e sem nexo à Luz da lei, só isso. Mas sim é a minha opinião, acho o epíteto de saloio perfeitamente adequado. Eu tenho um inicio de vida em tudo semelhante ao dele, mas não acho que isso faz de mim mais atinado ou mais honesto ou mais digno.

    • Emília Gomes diz:

      Conhece-o bem? Com certeza de que não o vai guardar no Banco, se calhar guarda debaixo do colchão! Desculpe, mas não deve ter tanto a certeza , antes de ele mostrar as provas de que tanto diz que tem! É que se não tem, chamar-se -á MENTIROSO. Sabe é que a Justiça Divina por vezes tarda, mas não falha! Eu falo da Justiça Divina, porque a dos homens está falsificada, o Juiz é um homem , não é Deus, como todos os homens, também tem tentações e olhe que não devem ser poucas, mas enfim, ele tem que mostrar o que diz ter, por isso é uma questão de tempo.

  11. carlos almeida diz:

    PARABÉNS ,Partilho a 100% da sua opinião,sábias palavras e grande poder de análise e ponto de vista,devia ser divulgado por todos os PORTUGUESES,que ainda não estão “estúpidificados”…

  12. Fields diz:

    Foram juizes como estes que “branquearam” as atrocidades cometidas durante o estado novo. Se o “sujeito” não gostasse de protagonismo já estaria há muito na relação só que aí sería um zé ninguem como os outros e isso ía deixa-lo ainda mais traumatizado.

  13. Pedro Soares diz:

    Lamentável o seu artigo. É como o posso classificar, respeitando as regras da civilidade. Confesso que nem o consegui ler na totalidade, pois os parágrafos iniciais limitaram-se a repetir o que foi dito na entrevista (e eu vi a entrevista), acrescidos da sua leitura/interpretação deturpada e facciosa da personalidade e objectivos das frases do juiz Carlos Alexandre. O resto não li porque logo percebi que o que se seguia era o habitual discurso da carneirada que segue cega o imaculado Sócrates e morde todo e qualquer que ouse atacar o seu ídolo impoluto. A mim parece – me é que a si lhe faz muita confusão o sucesso e integridade deste juiz, que como você diz teve origens muito parecidas com as suas.
    O que queria você que fosse dito naquela entrevista, se o objectivo da mesma era APENAS e só dar a conhecer ao público a pessoa por detrás do nome? Pretendia que o homem mentisse e dissesse ter tido uma vida que não teve? Que falasse dos processos? Porque haveria de ter subjacente intenções que maldosamente lhe atribui?
    O seu problema é, como o de muitos, o facto de ele ter tido a coragem de entalar o Sócrates e isso não lhe perdoam. Só por isso merece o nosso respeito e admiração. Houvesse muitos como ele, que colocam no banco dos réus os da esquerda e os da direita, indiferentemente, e este país estaria bem melhor.
    A si, apenas um conselho: ao invés de escrever artigos de treta como este, para ser bajulado pelo séquito de seguidores do José Sócrates, vá antes fazer vigílias e serenatas para a janela do seu ídolo, que agora já não está em Elvas e pode sempre convidar para subir e tomar um copo.

    • Dinis Jesus diz:

      Pois devia era ter lido até ao fim… perceberia que eu digo que as pessoas, erradamente, sempre avaliam o Sr. Juiz pela condição de serem apoiantes dele ou contra ele no caso da operação em que Sócrates é arguido. Isso é absolutamente errado e eu não quero saber para nada, na minha análise, se o José Sócrates é culpado ou inocente. Só falo da entrevista e sobre ela formei uma opinião acerca do Sr. Juiz Carlos Alexandre. Não é boa, confesso. Depois o sucesso dos outros não me faz nunca impressão, mas um tipo que ganha cerca de 6000€ por mês pregar como miserável e só falar dos parcos rendimentos que mal dão para pagar os créditos, isso sim faz-me impressão e dá-me a entender que convive mal com tão baixo rendimento e com a honestidade que o obriga a tão baixo salário. Mas que sucesso é o dele??? Atacar uns poderosos??? E tecer sobre eles bitaites em entrevistas??? Preocupa-me ter juizes como ele na aplicação da justiça em Portugal, só isso mais nada… porque sei que a principal função de um Juiz de Instrução é garantir que os direitos do arguido não são violados, ele não tem que provar nada nem têm que condenar ou castigar. Por isso diz que nunca tem a ultima palavra e que tudo o que ele decide pode ser revertido. Ele só tem de garantir que o processo segue as normas e se os indícios justificam a investigação ou não por parte do MP.

  14. José diz:

    Expressar opiniões e tecer comentários à personalidade de uma pessoa em função de uma entrevista e de artigos jornalísticos errados dá nisto, um DISPARATE EXACERBADO.
    Conheço o Dr. Carlos Alexandre. Sim, tem laivos de egocentrismo, mas sim, é extremamente HONESTO, TRABALHADOR, COMPETENTE, CORAJOSO, NÃO INFLUENCIÁVEL e NÃO VULNERÁVEL a poderes Obscuros, como os poderes político, económico-financeiro, maçónico, ou qualquer outro
    Talvez por isso é tão atacado e ODIADO, se fosse maleável, se usasse um avental (pequenino), se as cores Laranja ou Rosa, ou outra qualquer, fossem por ele apreciadas com certeza já estaria aí numa posição qualquer a ganhar principescamente ou a emitir despachos de arquivo em barda e aí já os nossos políticos, banqueiros, VIP e afins andavam descansados.
    Houvesse mais “Carlos Alexandres” em vários sectores da nossa Justiça e mesmo da Sociedade (mesmo que egocêntricos) e Portugal estaria melhor, corrijo … muito melhor.
    Sr. Dinis o Dr. Carlos Alexandre não se licenciou porque “existiu uma revolução que permitiu que se licenciasse e pudesse alcançar um pouco mais do que os seus progenitores alcançaram” ele licenciou-se porque os pais dele passaram fome para arranjar dinheiro para ele poder estudar, abdicaram de muita coisa na vida deles para que o filho pudesse ter uma vida melhor e o filho veio para Lisboa, sozinho, estudou, agarrou-se, não andou na boémia, licenciou-se e aplica na prática os princípios e valores dos pais humildes: ser HONESTO, TRABALHADOR, pessoa com CARÁCTER e INTEGRIDADE (aquilo que o Sr. Dinis apelidou de Saloiice, Pequenez e Ressabiamento).

    • Dinis Jesus diz:

      Essa visão de que o castigo purifica e como era pobre e os pais passaram fome e ele estudou com afinco e licenciou-se com esforço e trabalho já é suficientemente indicadora da filosofia reinante em certas cabeças. Sim eu tive pais que passaram fome e que se esforçaram para que os filhos (três) estudassem… Trabalhei com afinco e parei de estudar aos 19 anos para ter o meu dinheiro e só fui estudar mais tarde à minha conta. Em que faz isso de mim um tipo melhor do que a maioria??? Resposta: EM NADA. Há gente mediocre licenciada e na magistratura na mesma percentagem que há gente mediocre em todos os setores da sociedade, não tenha dúvidas acerca disso. Onde coloquei eu em causa a honestidade do Juiz ou mesmo o que ele diz trabalhar??? Resposta: EM LADO NENHUM. Carater também tem, pode é ser um bocado retorcido e a tombar para o mau. Integridade tenho dúvidas,muitas dúvidas, ou não faria a entrevista que fez a bem da discrição que a sua profissão exige. Já agora eu vivo com bem menos por mês do que ele e onde poderia ele estar para ganhar principescamente??? A maneira como discutiu cêntimos ou euros parece-me saloia, pequena e de alguém ressabiado. Juro que adoraria estar enganado.

  15. Análise perfeita.
    A corporação continua a assentar sobre um pedestal de arrogância típica dos tempos da Inquisição. Sente-se, respira-se a postura da grande maioria dos agentes de justiça a quem cabe sentenciar.
    Carlos Alexandre deixou-me duas sensações opostas. Por um lado parecia-em um genuíno bimbo, pequenino e de horizontes mesquinhos. Por outro, pareceu-me por vezes estar a desempenhar um número, a fazer-se mais parvo do que é. Consequências de um processo mediático que se enleou a si mesmo, onde as pontas por mais voltas que se lhe dêem não conduzem a outras pontas do que as simples extremidades opostas?
    Não sei bem descortinar, nem mesmo depois de ter lido a entrevista no Expresso. Sei contudo que não há coincidências, pelo menos não há tantas e tão oportunas. Não houve coincidências na detenção mediática, nem nas oportuníssimas revelações, sempre alinhadas com as ocasiões políticas, onde qualquer agravamento da agitação pública relativa ao fenómeno “Marquês” era favorável a um dos grupos políticos.
    Também agora, o adiamento irá fazer coincidir uma possível acusação para as franjas da próxima campanha eleitoral. Mas este novo adiamento traz também uma carga, uma pressão extra sobre o magistrado. Terá sido por isso estas suas entrevistas? Será pelo contrário um genuíno bimbo, fechado sobre si mesmo e as suas certezas, das quais apenas 2/3 são mesmo certas?
    A sua sorte, é que noutros campos do saber, a tolerância é muito mais apertada. Algumas profissões exigem o quase impossível 100% de acertos. Como por exemplo quando foi intervencionado aquando do episódios marcante da sua saúde. Imagine-se um médico que acertasse apenas em dois casos em cada três e que nessa roleta russa, a sorte de Carlos Alexandre fosse a madrasta sorte que a maioria tem, de ser a nunca acertar no euromilhões ou na lotaria, ou seja, calhar no tal número em que o doutor, uma em cada três, também não acerta. Tenho a certeza que não teria o senhor doutor juiz outra saída do que julgá-lo pela própria bitola e considerá-lo um bom profissional mesmo que não tivesse acertado no seu caso quando saísse do hospital apoiado numa bengala com uma perna a menos….

    • Dinis Jesus diz:

      Pois é… eu infelizmente, se calhar, faço e por isso tenho as minhas opiniões. Mas o que não deixa de ser engraçado é que a maioria reduz a questão ao binómio Carlos Alexandre/José Sócrates e não conseguem ver para além disso. Mas eu não tenho dúvidas de que a figura do Juiz de Instrução foi criada com um objetivo um bocadinho diferente do que lhe tem vindo a ser dado. Ele não é um complemento, classista, do ministério público… mas que maioritáriamente parece, disso não há duvidas.

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