Hoje o professor Marcelo conseguiu aquilo que ele tinha como facto adquirido, a eleição à primeira volta…
Não me choca, previsivelmente, a mim tanto ter um presidente como Marcelo como me chocou ter durante dez anos um presidente como Cavaco, mas ainda assim sinto que o eleitorado português não tem uma ideia madura do que devem ser os políticos e sobretudo sobre as ideologias e ideias que subjazem às politicas.
Se gostava de Marcelo ter sido obrigado a uma segunda volta? Sim gostava. Essa segunda volta trar-nos-ia a hipótese de um candidato, bem mais desalinhado com o status-quo que nos trouxe até onde estamos em termos político-sociais neste país à beira mar plantado, ganhar e ser um presidente com ideias novas e menos esclerosadas e alinhadas com os interesses instituídos. Marcelo é um simpático perigoso por força do seu alinhamento com o centrão cinzento dos interesses económico-sociais.
Mas o que sabemos é que a escalada até esta vitória não foi tão limpa como possa parecer já que contou com apoios encapuçados de uma dúzia de “jornalistazecos” e quase outros tantos meios de informação com seus pseudocomentadores. Dava pena hoje durante os programas de acompanhamento dos resultados eleitorais, ver o ar patético e de regozijo de alguns seres que têm fama de jornalistas com nome feito na praça… à cabeça deste bando de patetas está o José Rodrigues dos Santos que gesticulando de forma quase esquizofrénica e rejubilando com a vitória do Professor Marcelo, parecia um menino quando lhe fazem a vontade… Misera Sorte, Estranha Condição…
Num país decente e com cidadãos capazes e bem formados e informados esta gentalha de baixo perfil não pulularia pelos meios de informação deste país e não era porque eles, maus meios de informação, não fossem permitidos era antes porque ninguém os leria, veria ou escutaria… Em suma ninguém os consumia e extinguir-se-iam naturalmente. O que esta gentinha não faz pelo seu faustoso ganha-pão.
Percebe-se que cada dia mais temos a comunicação social refém de grupos de interesse, seus proprietários. Mesmo os canais públicos deixaram de ter a obrigação de isenção e levam às suas direções e horda de lacaios gente de muito fraco caracter e total falta de isenção. Esta imprensa mesquinha e ajoelhada, medíocre e conluiada manipula a informação e engana os eleitores. Não admira que os governos vão tentando colocar em certos postos gentalha das suas cores, como se viu nos últimos anos…
Não traz isso, esse apoio, nenhum mérito à vitória de Marcelo, antes lhe retira qualquer pingo de mérito, por aportar à sua campanha meios desiguais em relação às outras candidaturas… E não, não culpo ou responsabilizo por isso Marcelo Rebelo de Sousa, ele apenas tira partido da situação, como manda a lei do saber viver e de que ele se mostra mestre. Sempre de bem com Deus e com o Diabo.
Termino com uma frase de Joseph Pulitzer: “Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma.”