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Ladrões ou roubados?

LADRÕES OU ROUBADOS ???

Hoje ao ler esta noticia, fiquei indeciso entre se me devia preocupar por estarmos num país onde se usam certos bens sem os pagar ou adulterando a quantidade comprada ou os fornecedores desses bens usurparem o bem comum, como tal roubarem a todos…..
Por deformação ou formação ideológica, conforme o queiram ler, entendemos o bem comum adiante do bem particular….
O que é para nós o bem comum? Não é mais que minimizar as diferenças de renda dentro de um quadro societário onde naturalmente uns têm acesso a proveitos que outros não têm. Bem sei que me dirão que os malvados preguiçosos não podem ter tanto como os inefáveis e produtivos cidadãos, nos quais se incluem desde o simples trabalhador rural ao mais distinto doutor, passando claro está por políticos, governantes, banqueiros e administradores de empresas públicas e privadas.
Mas esses adeptos da incansável produção devem pensar numa só e simples coisa, é ela a seguinte: metade da população ativa do mundo chega, hoje, para produzir todo o consumo dos cidadãos da terra. Então o que poderão produzir os outros cinquenta por cento?
Terão direito a consumir e a manter-se vivos ou não? E os não ativos, o que poderão fazer perante a diminuição da sua renda?
Morrer abandonados em suas casas, como tem acontecido, ou serem amontoados em casas de caridade e tratados como obstaculizantes parasitas?
Ou pior ainda, como sionistas e outros andam a congeminar, diminuir a população humana para níveis por eles considerados aceitáveis? Falta saber o meio a usar em tal monda, mas não se augura nada de bom para palestinianos e outros mais frágeis militarmente ou economicamente…..
Sim esta gente já percebeu que os recursos do planeta são limitados, impedindo o ilimitado crescimento, assim para não perderem as suas chorudas rendas há que condenar à pobreza e por último matar muitos…. Numa primeira fase, multiplicaram insustentavelmente o dinheiro e agora inventaram a crise das dívidas soberanas, para justificarem o retrocesso civilizacional que têm na forja, por forma, a que esses condutores e manipuladores das verdades, não percam qualidade de vida….
Estupidamente acenam com a honra da não divida e com a superior capacidade dos credores e dos mais fortes sobre os mais fracos.
Ora esse conceito de honra, de onde vem? Da religiosidade que combateu outros mais antigos conceitos de honra, alguns até onde saquear e violar, além de matar muitos é que era honroso e demonstrador de capacidade. Pois não mandam essas mesmas religiões aos ricos dividir com os pobres? Porque estará isso plasmado em todos os guias de todos os credos? Não será para manter a harmonia e o respeito por certos valores e sobretudo pelo outro?
Nós achamos que sim e faltando os mais ricos a essa obrigação, legitimam os outros a não ter a tal honra que pesa na consciência pelo ficar a dever…
Esta filosofia ultraliberal e capitalista, parte da premissa que se tem de produzir muito com pouco custo e que cada um tem de garantir o seu bem-estar de forma cada dia mais individualista, esquecendo que cada um tem diferentes capacidades e em função das necessidades de cada momento, mais ou menos aceitação no mundo da produção, vulgo emprego.
Perante este facto temos duas soluções praticáveis, sem atentar à dignidade humana da maioria em detrimento de um número cada dia menor de privilegiados, são elas as seguintes:
–Garantir emprego com salário a todos gerando pleno emprego e obrigatóriamente com um valor que permita viver em cada sociedade dignamente, ainda que usando a máxima de Keynes em que dizia ser necessário dar emprego a todos mesmo que metade abrisse buracos e a outra metade os tapasse.
— Outra forma é garantir rendimento às pessoas sem trabalharem ou trabalhando curtos períodos de tempo, escolhendo para este grupo os menos capazes e debilitados, de forma justa e de acordo com as suas capacidades. É que nenhum humano é outra coisa que não um ser educado pelo meio que o rodeia, com todas as nuances desse meio…. Garantindo a estes a não estigmatização por terem um rendimento sem o produzirem.
Nesta linha de raciocínio questiono o seguinte: será que se essa gente, que hoje usa a eletricidade sem pagar, por não ter o dinheiro suficiente para o fazer, deixar de consumir eletricidade e como tal a EDP produzir menos esse consumo que estima em 1% ainda vão despedir 1% dos funcionários? É que se o fizerem é provável que ainda aumente a falta de dinheiro e logo também aumente a tentação de usar sem pagar…..
Uma certeza temos, se há quem goste de ficar a dever, não são os mais pobres são antes os mais abastados e que acham que fazendo uma certa engenharia financeira, são tremendamente mais inteligentes….. Caso flagrante a EDP, veja-se a forma agressiva como tratam com os seus fornecedores, eles só têm deveres e têm apenas o direito a receber o mais tarde possível e com valores predeterminados pelo poderoso cliente…. Como tal, para encerrar o tema, proporcionando renda capaz a esses terríveis faltosos temos como garantido que não ficarão a dever a tão digna empresa como a EDP, recebendo esta impoluta empresa mais sessenta milhões de euros para juntar aos seus faustosos lucros e dividir com os seus “desprotegidos” acionistas….
NÃO RECEBE ESTA EDP RENDAS PÚBLICAS, POR DEFICIT TARIFÁRIO E OUTRAS DA ORDEM DOS MILHARES DE MILHÕES DE EUROS? DE QUEM É ESSE DINHEIRO? ISTO NÃO É UM ROUBO? É, SÓ QUE ESTÁ PLASMADO EM LEGAIS CONTRATOS.
O QUE ACONTECERIA SE TODOS DEIXASSEMOS DE PAGAR A ENERGIA E LIGASSEMOS ILEGALMENTE A ELECTRICIDADE? CRIARIAM MILHARES DE EQUIPAS DE DOIS ELEMENTOS PARA FISCALIZAR? ORA AÍ ESTÁ UMA BOA FORMA DE GERAR EMPREGO, SE CALHAR ATÉ ESTARIAMOS A AJUDAR A ECONOMIA..
TERMINO COM UM PROVÉRBIO POPULAR: LADRÃO QUE ROUBA A LADRÃO TEM CEM ANOS DE PERDÃO.
Dinis Jesus – 07-12-2013

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Mandela o homem bom

MANDELA O HOMEM BOM….

Embora já muito e bom tenha sido dito sobre este senhor no dia em que muda de mundo, eu teria para ficar bem com a minha consciência de dizer sobre ele o que eu acho……
Não conheci nem convivi nunca com este cavalheiro da politica, nunca tive tal prazer….. Mas lembro-me da causa que defendeu, do tempo que passou, aprendendo, sobretudo na prisão de Robben Island e guardo até hoje bem vivo na minha memória, o dia da sua libertação e o cortejo que o acompanhou nesse dia. Lembro-me bem das expressões de emoção e alegria que em todo o mundo floresceram nas faces de humanos de todas as raças e credos…..
Conseguiu depois como líder da nação mais rica da África manter uma certa paz, coisa difícil naquelas paragens dadas as diferenças de renda e culturais…. Ainda assim soube impor-se e obter de todos os líderes mundiais aceitação e reconhecimento…. Muito devem a este senhor, todos os africanos e mesmo a humanidade em geral.
Não descreverei as suas capacidades políticas, nem de estratega, nem se foi um bom ou mau presidente para os sul-africanos, ou se era um grande estadista. Outros o farão melhor que eu por possuírem outras ferramentas.
Falarei apenas da sua vontade de revolucionar sem excluir ninguém, nem mesmo aqueles que o torturaram e colocaram na cadeia por 27 anos….
Só alguém bom, o conseguiria de maneira tão abrangente…..
Os homens bons não morrem nunca, ficam pela sua obra e exemplo para a eternidade. De entre muitas, guardo uma frase que ele disse no dia em que cumpria oitenta e nove anos:
“Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe conflito, e inspirar esperança onde há desespero.”

Será eterno este homem e manter-se-á para sempre como uma referência da humanidade.

São homens como ele que vão dando esperança aos mais desfavorecidos e fazem os povos manter a esperança em certos líderes, embora muitos não estejam à altura…. Também com esses, que não sabiam ser, ele era frequentemente duro e corretor, mostrando que se pode e deve ser tolerante, mas nunca deixar-se subalternizar por nenhum tipo de poderes ou interesses….

Para a eternidade ficará o seu caloroso sorriso, a sua obra e sobretudo o seu exemplo…

NELSON MANDELA, O HOMEM BOM, NÃO MORRERÁ JAMAIS…..

Dinis Jesus – 05-12-2013

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